Aos poucos o DNA da pesquisa Vox Populi, encomendada pela Jakarta Publicidade, vai aparecendo. Se o marqueteiro Janderson Landim afirmou que o levantamento é independente e visa dar visibilidade para a sua agência, a forma como ela tem sido trabalhada revela os múltiplos interesses da família Sarney por trás dos resultados.

A primeira evidência de interesse oligárquico diz respeito ao número de candidatos que entraram na disputa. Mesmo sem metade ter confirmado pré-candidatura ao governo, a pesquisa fez questão de colocar todos os nomes possíveis para que pudesse ter mais um argumento para justificar o baixo índice do governador Flávio Dino. Nomes como Eduardo Braide e Eliziane Gama, além de Ricardo Murad – que todo mundo sabe que não entrará na disputa – estiveram no levantamento estimulado.

A segunda evidência é estimular o deputado estadual Eduardo Braide a entrar na disputa e integrar o laranjal ‘Todos Por Roseana’ que está sendo montado com o objetivo de forçar um segundo turno. Pré-candidato a uma vaga na Câmara Federal, Braide está com a cabeça em 2020, na disputa para a Prefeitura de São Luís, e concorrer ao governo no consórcio sarneysista poderia queimá-lo nas eleições municipais. O parlamentar apareceu bem colocado na Vox Populi, tudo para tentar animá-lo a integrar o laranjal de Roseana.

A terceira, e mais clara evidência, diz respeito ao poder de barganha de Roseana Sarney junto ao presidente Michel Temer. Com chances de vencer a eleição, na lógica sarneysista, a liberação de verbas do Governo Federal seria bem mais fácil, haja vista a possibilidade de vitória. Com o dinheiro de Temer, ela teria musculatura suficiente para enfrentar uma difícil eleição.

Com todas esses objetivos, a Pesquisa Tabajara – como já ficou conhecida no meio político maranhense – cumpre objetivos claros de interesses sarneysistas. E o questionamento que fica é só um: quem encomendou um levantamento tão tendencioso quanto esse? Pelo DNA dá pra descobrir quem foi o autor da ideia.