Pagar para não ver!
Da coluna do Tutty Vasques
Calma aí, gente! Antes de aderir a essa nova gritaria por conta do emprego de dinheiro público em assessoria técnica especializada para melhorar a imagem do Sarney, o brasileiro indignado – ô, raça! – devia primeiro ouvir o diagnóstico da Prole Consultoria em Marketing, empresa contratada para o desafio por R$ 24 mil. Pra começo de conversa, que garantias ela oferece de êxito na execução do serviço?
Se, ainda que com grana do contribuinte na parada, os caras derem uma boa guaribada no senador, vamos combinar que, como diz a propaganda, tá barato pra caramba! Nem precisa dourar a pílula, basta dissolvê-la em chá de sumiço: não há malfeito nos jornais que aos olhos do leitor não pareça menos grave sem a presença de Sarney entre os denunciados.
O brasileiro pode até não esperar grandes mudanças no homem público que o ex-presidente sempre foi, mas se neste ano que falta para sua anunciada aposentadoria política os marqueteiros que estamos ajudando a pagar conseguirem ao menos restringir sua exposição midiática, pensa bem: não seria bom pra todo mundo? Muito mais até pra nós – ele já nem parece se importar mais com a frequência absurda com que seu nome é atirado no ventilador.
Sempre achei meio ridículo esse negócio de argumentar a favor de alguma coisa com base na “relação custo/benefício”, mas confesso que, no caso, faz sentido. Conheço gente disposta, inclusive, a participar de uma nova vaquinha para dobrar o cachê da Prole, caso ela consiga divulgar três boas notícias protagonizadas por Sarney.
Não ri, não! Na sexta-feira passada, corria nos portais de jornalismo a informação de que o célebre político maranhense “decidiu acabar com a farra dos passaportes diplomáticos no Senado”. Não é nada, não é nada, há quanto tempo você não aplaudia uma iniciativa do cara?
O conteúdo deste blog é livre e seus editores não têm ressalvas na reprodução do conteúdo em outros canais, desde que dados os devidos créditos.