O ‘tribalismo’ de Lula, segundo Lupi: De Dino, Brandão, Weverton a Roseana e Sarney
Chefe do PDT de Ciro Gomes, Carlos Lupi classificou de “tática tribalista” as conversas que Lula tem feito em busca de palanques para subir nas eleições do ano que vem. O cacique pedetista observou que em seus giros pelos estados, Lula tem conversado com um espectro amplo de potenciais aliados. Muitas vezes, o ex-presidente aperta a mão de pessoas que concorrerão entre si pelos governos locais. O termo “tribalista” é uma referência à música “Já Sei Namorar”, dos Tribalistas, conjunto formado por Marisa Monte, Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes. “O Lula tem esse fetiche. Eu chamo de ‘tática tribalista’. É algo como: ‘eu sou de ninguém. Eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também’”, disse Lupi nesta terça ao Radar.
O pedetista citou encontros que Lula teve no Maranhão, Rio de Janeiro e São Paulo para reforçar seu ponto. “O Lula vai ao Maranhão e conversa com o Flávio Dino (PSB) e seu vice Carlos Brandão (PSDB), que deve concorrer ao governo. Depois ele visita a Roseana Sarney (MDB), que vai lançar candidato próprio, e o chefão da família, o [José] Sarney. No fim, ele se encontra ainda com o nosso senador Weverton Rocha, que também vai disputar a eleição no ano que vem”, diz Lupi.
Sobre o Rio, Lupi fala do desejo do deputado Marcelo Freixo (PSB) em receber o apoio do presidenciável e lembra que o petista já teve diversos encontros com forças concorrentes no estado. Lupi menciona encontros que aconteceram, mas cita supostas conversas que teriam ocorrido reservadamente entre os atores políticos sem, contudo, apresentar alguma prova do que diz.
“No Rio, ele promete que o PT vai fechar com o Freixo, mas depois num almoço com o presidente da Assembleia do Rio, André Ceciliano (PT), ele dá força para que ele próprio seja o possível candidato. Mais tarde ele visita o [Eduardo] Paes (PSB) e diz que ele é um nome que unifica todo o estado e que ele deveria deixar a prefeitura e tentar o governo. E no fim ele manda o [Washington] Quaquá (PT) dizer pro atual governador Cláudio Castro (PL) que ele seria uma ótima opção de composição”, disse.
Lupi lembrou ainda que em São Paulo o PT pretende lançar Fernando Haddad ao Palácio dos Bandeirantes ao mesmo tempo em que Lula faz elogios públicos a Guilherme Boulos (PSOL), que também deve concorrer. Além disso, o o cacique do PDT lembra que o ex-presidente teve um encontro reservado com o ex-governador Geraldo Alckmin, no qual teria dado força para ele se filiar ao PSD e disputar as eleições ao governo de SP no ano que vem. “Só falta o Lula ligar pro [João] Doria e chamar ele pra ser vice na chapa com o Haddad”, disse Lupi. Da Revista Veja
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