O sujeito oculto da decisão de Waldir Maranhão
As primeiras análises publicadas sobre a decisão de Waldir Maranhão (PP-MA), presidente interino da Câmara, de considerar nula a votação do impeachment de Dilma Rousseff no domingo 17 atribuem o resultado a uma articulação do governo.
Maranhense, o deputado votou contra o impedimento da presidenta por influência de Flávio Dino (PCdoB), governador do estado e um dos principais aliados de Dilma. Será? O que poderia oferecer um governo perto do fim a Maranhão? As injunções políticas regionais teriam sido tão determinantes, a ponto de justificar uma decisão tão controversa?
Ninguém se lembrou ou fez questão de lembrar das relações do parlamentar do PP com seu antecessor, Eduardo Cunha, afastado na quinta-feira 5 pelo Supremo Tribunal Federal do comando da Casa. Maranhão visitou o peemedebista no dia seguinte à decisão do STF. No fim de semana, o noticiário estava coalhado de ameaças veladas de Cunha, que se sente abandonado à própria sorte após ser o mentor do processo de afastamento da petista.
Os recados emergiram em outros canais. Em seu blog, o ex-governador Anthony Garotinho, profundo conhecedor da alma e das artimanhas de Cunha, afirmou ter recebido informações de que o presidente afastado da Câmara estaria abatido, ansioso e com espírito de vingança.
“Se eu for abandonado não vou sozinho para o sacrifício. É bom que alguém diga a Michel (Temer) e a (Romero) Jucá que eu posso ser o início do fim de um governo que nem começou”, teria afirmado a um aliado, segundo o relato de Garotinho.
Uma reviravolta no processo de impeachment neste momento seria uma demonstração de força do deputado afastado. Um movimento para tumultuar o cenário, bem a seu estilo. Se assim for, Cunha decidiu saborear a vingança ainda quente. Os aliados de ontem que se cuidem. (Carta Capital)
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