São equivocados os comentários de que o Sampaio jogou mal contra o Joinvile, terça-feira, à noite, em Santa Catarina, quando perdeu por 3 a 1. O time boliviano fez um grande primeiro tempo e jogou bem até o momento da expulsão do atacante William Paulista, quando o jogo estava 2 a 1 para a equipe da casa e o árbitro havia deixado de assinalar pelo menos um pênalti claríssimo em favor do Sampaio, num lance em que um atleta do Joinvile, como se fosse um goleiro, abraçou dentro da área uma bola chutada por Hiltinho. Em outro lance, um minuto antes, William Paulista foi puxado, se não dentro da área, pelo menos em cima da linha. O árbitro nada marcou. Foram dois lances cruciais que poderiam ter mudado a história do jogo.

O Sampaio levou o primeiro gol quando estava melhor em campo, e se postava tão bem que não demorou a empatar. O segundo gol do Joinvile, convenhamos, foi um lance de extrema sorte do atacante Fabinho, com uma ligeira colaboração do goleiro Luís Muller, que abandonou a trave quando havia dois zagueiros bolivianos na jogada. Mesmo assim, foi um lance de rara felicidade do atacante do Joinvile: no popular, uma verdadeira ‘cagada’. E quase o Sampaio empata, minutos depois, quando o goleiro adversário tirou com a ponta dos dedos uma bola com endereço certo chutada por Márcio Diogo.

Com a expulsão de William Paulista e duas mexidas infelizes do técnico Lisca, já pra lá da metade do segundo tempo, aí, sim, o Sampaio parou de jogar e acabou levando o terceiro gol. Incrível como um time tem no banco um baita de um atacante como Valdir e o treinador, em vez de usá-lo com tempo suficiente, coloca Cleitinho, que, juntamente com Pimentinha, entrou pra não fazer absolutamente nada.

Dizer que a defesa do Sampaio jogou mal, que esteve mal posicionada é um erro. A concepção de jogo do representante maranhense é ofensiva, e toda equipe que tem essa concepção de jogo evidentemente que se expõe e está sujeita a contra-ataques perigosos. Mas o Sampaio tem jogado assim o tempo todo, e é com esse futebol audacioso e bonito que tem conquistado até aqui os bons resultados fora de casa.

O JP chegou a duvidar que o técnico Liscamanteria essa postura, implantada pelo ex-treinador Flávio Araújo, por ser de uma escola gaúcha mais conservadora, de acordo com informações iniciais que nos chegaram. Mas, contrariando as nossas expectativas, Lisca manteve a postura ofensiva do ‘Mais Querido’. Ganhou do Vila Nova, virou espetacularmente um jogo em cima da forte Ponte Preta, depois de estar perdendo por 2 a 0, sofrendo o empate aos 43 minutos do segundo tempo, e terça-feira, não fosse o árbitro do jogo, teria voltado de Santa Catarina com pelo menos um ponto ganho.

Muita calma nessa hora. O Sampaio está no caminho certo, jogando um futebol bonito e ofensivo, e tem no lateral Hiltinho, hoje, uma das suas peças mais importantes. E já que William Paulista não joga a próxima partida, devido à expulsão, não custa nada o técnico Lisca dar uma oportunidade verdadeira a Valdir, que se readquirir a confiança que lhe foi tirada por Flávio Araújo, com certeza ainda vai dar muitas alegrias ao Sampaio.

Logo que chegou ao Sampaio, a imprensa noticiou que Lisca treinou uma equipe sem centroavante. Hora, portanto, de botar isso em prática. (Jornal Pequeno)