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O legado miserável que não constará nos livros de Roseana – Parte 1

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De acordo com o blog do jornalista Marco D’Eça, a ex-governadora Roseana Sarney apresentará nesta semana livros com o “legado” de seus quatro mandatos no estado.

Em recente artigo publicado aqui neste espaço, mostramos que o Maranhão passou muito tempo, uma eternidade – mais de quatro décadas – sem governo. Um legado de destruição que levou o estado a amargar os piores indicadores sociais.

Em quatro mandatos de Roseana Sarney (1995/1998; 1999/2002; 2009/2010 e 2011/2014), a população maranhense padeceu com muita miséria, atraso e retrocesso, resultado das administrações desastrosas do clã Sarney. Nesse longo tempo de desgoverno, Roseana deixou 2 milhões de maranhenses abaixo da linha de miséria (renda per capita de R$ 70 por mês); 64% da população passando fome; as três piores cidades em renda per capita – das 100 cidades com pior IDH, 20 são do Maranhão; 6,5% dos municípios maranhenses com rede de esgoto; e dos 15 municípios brasileiros com as menores rendas, segundo o IBGE, dez situados no Maranhão (é o estado brasileiro com maior percentual de miseráveis). O Maranhão tinha, em 2012, governado por Roseana Sarney, a segunda maior taxa de analfabetismo de jovens e adultos, com 20,8% da população de 15 anos ou mais sem saber ler e escrever e altas taxas de mortalidade infantil. O estado, nas gestões da filha do ex-senador José Sarney, viveu seus piores momentos, foram dias maus de fome, insegurança, desemprego, ciclo aterrorizante encerrado com a saída de Roseana do Palácio dos Leões em 2014.

Abaixo, o blog lista a primeira parte de uma série de mazelas e malfeitos praticados pela oligarquia em 20 anos do roseanismo no Maranhão, um enorme legado de pauperismo que certamente não constará na coletânea de livros a ser lançada por Roseana Sarney.

*Roseana Sarney mandou pagar indevidamente 33 milhões de dólares para duas empreiteiras (a EIT e a Planor, que segundo investigações da Polícia Federal, tem como sócios integrantes da OCRIM – Organização Criminosa – comandada pelo irmão de Roseana, o engenheiro Fernando Sarney). As duas empresas deveriam ter construído a MA -008, de Paulo Ramos a Arame. A estrada nunca foi construída.

*Golpe do pólo têxtil de Rosário, que levantou 24 milhões de dólares de empréstimos da SUDENE junto ao BNB e enganou cerca de 4 mil homens e mulheres humildes da região do Munin. Os quatro galpões industriais foram construídos pela empresa Pleno, de Severino Cabral (sócio do marido da governadora em um hotel em Balsas) e foi o próprio Jorge Murad quem trouxe o empresário chinês Chhai Kwo Chheng, responsável pelo negócio, do Ceará no final de 1995.

*Contrato do Telensino com a Fundação Roberto Marinho custou cerca de R$ 110 milhões, através de recursos federais liberados pelo projeto Alvorada. Centenas de milhares de jovens estudantes não conseguiram acompanhar as aulas dadas em televisões, sem a presença de professores em sala de aula e tiveram sua formação educacional bastante prejudicada. Em 2002, ano que Roseana se afastou do governo para candidatar-se ao Senado Federal, só existiam escolas públicas de ensino médio em 58 dos 217 municípios maranhenses.

*Golpe da Usimar dado pelo empresário paranaense Teodoro Hubner Filho, que contou com o decisivo apoio da governadora Roseana Sarney e do supersecretário de Planejamento, Jorge Murad. O Conselho Deliberativo da SUDAM aprovou um projeto no valor global de U$ 1,38 bilhão e liberou uma parcela inicial de 44 milhões de dólares para a instalação de uma fábrica de autopeças no Distrito Industrial de São Luís. A empreiteira Planor construiu um barracão no local, o empreendimento nunca saiu do papel e o dinheiro liberado tomou doril!

*Aplicações ilegais de recursos públicos do Fundo Previdenciário do Estado (U$ 20 milhões) e da Capof (Caixa de Assistência dos Funcionários Aposentados do BEM), U$ 16 milhões, no Banco Santos, de propriedade do padrinho de casamento do casal Sarney&Murad, Edmar Cid Ferreira, do qual Roseana era dependente em um cartão de crédito internacional. O banco faliu e a aplicação da Capof foi totalmente perdida e o Estado conseguiu a devolução de parte dos recursos de seu fundo previdenciário.

*Tomada de empréstimo de U$ 275 milhões junto ao Banco Central para sanear as contas do BEM. O Estado depois ainda fez um aporte de R$ 58 milhões no BEM que faliu em seguida, foi privatizado e vendido ao Bradesco.

*Liberação de 70 milhões de dólares, via BNB, para a empresa baiana Coesa implantar o projeto de irrigação de Salangô, em São Mateus, que foi abandonado. (Informações coletadas em publicações do jornalista falecido Marcos Nogueira).

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