O exemplo de Alagoas: Em 97, greve de policiais provocou renúncia de governador
Iniciada em 11 de julho de 1997, a greve dos policiais de Alagoas influenciou de forma decisiva a renúncia do então governador Divaldo Suruagy (PMDB).
No dia seguinte ao início do movimento, os 1.100 policiais civis, com sete salários atrasados, juntaram-se aos 8.200 PMs, que reivindicavam seis meses de salários.
Endividado e com arrecadação insuficiente para colocar em dia os salários do funcionalismo público, o governador não conseguia empréstimos do governo federal. O motivo era uma dívida do ex-governador Fernando Collor de Mello com os usineiros.
No dia 14, após atentado a bomba no prédio do Tribunal de Justiça, o Exército foi chamado para cuidar de prédios públicos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário no Estado.
Três dias depois, durante a votação do impeachment do governador -que foi rejeitado-, houve revolta popular e tiroteio entre os soldados do Exército e manifestantes, a maioria policiais civis e militares armados. O confronto motivou o governador a pedir a renúncia no dia seguinte.
O governo federal determinou, então, “intervenção informal” no Estado, e o vice-governador, Manoel Gomes de Barros (PTB), assumiu interinamente. Devido à manifestação do impeachment, 1.500 homens do Exército tomaram as ruas de Alagoas no dia 20.
O general (da reserva) José Siqueira Silva foi nomeado secretário da Segurança de Alagoas, e o coronel Juaris Weiss Gonçalves, comandante da PM. Alagoas tornou-se o primeiro Estado brasileiro com problemas na Polícia Militar a ter um integrante do Exército como chefe da Segurança.
No dia 26, foi paga a primeira parcela dos salários atrasados. De acordo com a proposta do governo do Estado, o pagamento da dívida seria feito em 16 vezes. Líderes dos militares aceitaram a proposta, e o movimento começou a perder a força.
No dia 31 de julho, a greve dos policiais civis e militares terminou oficialmente, e o Exército se retirou do Estado.
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