“O coronavírus escancarou a precariedade de saneamento básico para o povo”, diz Cricielle Muniz
A candidata a vereadora pelo PT destaca o pouco investimento no setor na capital maranhense
“O vírus Covid-19 é democrático apenas na transmissão, pois, no tratamento e no número de óbitos, nos mostrou a desigualdade social estrutural do Brasil. Os mais afetados foram e continuam sendo os mais pobres”, desabafa a candidata a vereadora pelo PT, Cricielle Muniz.
Jovem, negra, da periferia, evangélica, bacharel em Direito e oriunda dos movimentos sociais, Cricielle sabe bem do que está falando. Moradora do São Francisco/Ilhinha, sua mãe era trabalhadora doméstica e o seu pai pedreiro, a candidata foi criada junto com oito irmãos. Estudou em escola pública, até chegar ao curso superior em Direito, em que se formou. Na área da Ilhinha, as condições de saneamento básico sempre foram precárias, assim como em grande parte de São Luís. Esse é um tema prioritário para a candidata.
Todos sabemos que uma das medidas mais eficazes de combate à Covid-19 é a higienização das mãos com água e sabão, “mas como podemos exigir isso de toda a população, sendo que grande parte dela não possui acesso ao saneamento básico?”, indaga Cricielle.
Para ela, “discutir a nossa cidade significa todos pertencerem a ela, sem exceção, reafirmando sua riqueza e seus valores. O saneamento básico é algo que deve ser prioridade. Significa pensar o futuro da nossa cidade, a partir dos desafios presentes, sobretudo em aspectos como esse, da infraestrutura, além de mobilidade urbana, saúde e educação e de políticas para a juventude, as mulheres, LGBTQI+, as pessoas com deficiência e para os trabalhadores/as em geral”.
“Em São Luís, apenas 24% do esgoto é tratado. Consequentemente são lançados a céu aberto em rios e praias, comprometendo qualidade das águas de rios e balneabilidade dos mares. Existe apenas 40% de rede coletoras e dos 350 bairros, 112 tem sérios problemas de abastecimento de água (250 mil pessoas) e não tem esgotamento sanitário”, afirma Cricielle, demonstrando já estar munida de informações imprescindíveis para o bom desempenho do seu mandato.
No Brasil, mais de 10 mil pessoas morrem todos os anos em decorrência de doenças associadas a falta de saneamento básico, segundo dados do Datasus, doenças às quais a Covid vem juntar-se. “O saneamento é essencial para a dignidade humana. Sua importância não começou neste tempo de pandemia, mas é acentuada por ela. Uma das formas de superar os obstáculos nessa área é por meio da pressão social. Quero ser um catalizador dessas aspirações populares”, pontua Cricielle. E o saneamento, historicamente de competência municipal, é o setor de infraestrutura que recebe menos atenção do poder público e insuficiente influxo de recursos.
“Quero fazer um mandato popular, com parceria da população, da sociedade civil organizada. A valorização da infraestrutura sanitária é uma necessidade de saúde pública, não somente por ser uma medida importante de combate à pandemia do novo coronavírus, mas também pelo seu potencial de melhorar a qualidade de vida dos cidadãos no longo prazo”, conclui Cricielle.
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