O chefe da Casa Civil do governo Roseana quer a privatização da saúde! E pior: ninguém diz nada
Por Lígia Teixeira, Maranhão da Gente
É grave.
Leia com atenção a declaração dada pelo Chefe da Casa Civil, João Abreu em entrevista concedida n’O Imparcial do último domingo (dia 31).
“O serviço público esbarra em muitas dificuldades. Licitação, contratação via concurso, que demora (…)”
Serviços de obrigações constitucionais do estado, como presídios e hospitais, deveriam experimentar a iniciativa privada. (…) os melhores exemplos de hospitais hoje em dia são os privados. . (…) Acredito que o governo deve deixar a execução para a iniciativa privada”
Uma das razões pelas quais Fernando Henrique Cardoso se tornou uma das figuras mais antipáticas da política nacional está no fato de que , uma vez no governo, o presidente não conseguiu frear o ímpeto neoliberal que assolou o país, principalmente na década de 1990.
Mas, nem mesmo em seus sonhos mais neoliberais, FHC jamais cogitou a possibilidade entregar a saúde pública para a iniciativa privada.
Na política de privatização do governo Fernando Henrique, apenas os setores cujos perfis se adequavam mais à iniciativa privada do que ao poder público, foram parar nas mãos do empresariado.
Chama atenção a naturalidade com que João Abreu admite que o governo do Maranhão acha melhor a privatizar a saúde e demais setores essenciais.
A Secretaria Estadual de Saúde tem promovido um verdadeiro desmonte do SUS no interior do estado, obrigando prefeitos a entregarem recursos próprios para os cofres do governo do estado.
Com a declaração de João Abreu defendendo a privatização dos hospitais públicos do Maranhão, fica mais fácil entender porque Ricardo Murad tem trabalhado para retirar das prefeituras a autonomia para cuidar da saúde.
Na prática, o governo Roseana já trabalha para tornar realidade o desejo do Secretário chefe da Casa Civil.
O pior é que com exceção de Rubens Jr., deputado estadual do PCdoB, movimentos sociais, sindicatos, parlamentares, mídia e demais setores da sociedade não dizem nada. Todos calados.
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