A repercussão da visita de Lula a Sarney

Lula visitou o ex-presidente José Sarney (MDB) em Brasília. A conversa durou aproximadamente duas horas e ocorreu na residência do político maranhense.

A reunião foi vista como uma forma de atrair o MDB para a base de sustentação de governo Lula, já que Sarney é um dos caciques da sigla. Integrantes do partido têm exigido do PT pelo menos três ministérios para fazer parte do bloco governista no ano que vem.

Questionado sobre o motivo da visita a Sarney, Lula brincou:

“Somos velhos amigos. Velhos, não. Jovens amigos”, disse.

Lula afirmou que a visita se insere no rol de visitas a autoridades que o apoiaram, mesmo com divergências.

“A minha conversa com o Sarney é a visita a um homem que foi presidente da República, a uma pessoa que foi presidente do Senado, a uma pessoa que tem história nesse país, a uma pessoa que me ajudou muito e que está com 91 anos de idade [Sarney fez 92 em abril]. Eu fico pensando que um dia estarei também com 91 anos de idade. Vai demorar um pouco [Lula tem 77 anos], e eu quero estar com a mesma saúde que ele está hoje. Já fui visitar o presidente Fernando Henrique Cardoso. Porque são pessoas que me ajudaram. Mesmo quando divergiram comigo, me ajudaram”, declarou.

Indicações

A amizade de Sarney com Lula, além de selar o apoio do MDB ao petista, em troca pode garantir aliados do ex-presidente em ministérios e cargos federais no Maranhão. O deputado Adriano Sarney, presente no encontro, por exemplo não conseguiu se reeleger.

Força de Sarney

Nos governos Lula, José Sarney teve muita força e indicou aliados em cargos estratégicos, a exemplo de  Lobão no Ministério de Minas e Energia. Sarney dominou também as estatais do setor. No governo de Dilma Rousseff a força de Sarney se desconcentrou das estatais e se concentrou nos ministérios. Sarney manteve a indicação de nomes de sua estrita confiança nas Minas e Energia e no Turismo. Nem a queda do então ministro Pedro Novais do Turismo, por suspeita de corrupção, abalou Sarney. Para o lugar do demitido ele indicou Gastão Vieira.

Rocha sugere Alckmin

O senador maranhense Roberto Rocha (PTB) sugeriu que o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), ocupe o Ministério da Economia no governo Lula(PT). “Só existe desenvolvimento social com desenvolvimento econômico. É o econômico que puxa o social, pra cima ou pra baixo. É como na nossa casa. Como ter mais saúde e educação sem renda? Por isso, acho Geraldo Alckmin o melhor para ministro da ECONOMIA. É a forma de manter o rumo”, disse Rocha.

Ausência

Talvez pela visita agendada do presidente eleito Lula hoje em sua residência em Brasília, José Sarney não participou na noite de ontem da posse do ex-governador e senador eleito Flávio Dino (PSB) na Academia Maranhense de Letras (AML). Dino ocupará a cadeira de nº 32, antes pertencente ao intelectual Sálvio Dino, seu pai, de quem Sarney era confrade e amigo.

Base de Brandão

O deputado Aluísio Mendes, que passará a comandar o Republicanos no Maranhão, sinalizou que não há dificuldades para o partido integrar a base de apoio do governador Carlos Brandão. O deputado disse que tanto o posicionamento em relação ao governo quanto à prefeitura da capital será tomado após reunião com todos os membros da legenda.

Julgamentos

O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Maranhão começa a jugar as prestações de conta de campanha dos candidatos eleitos em 2022. A sessões de julgamento ocorrerão até aos sábados, e previsão de apreciação até o dia 14, antes do dia 17 de dezembro, quando ocorrerá a diplomação dos eleitos.