Márcio Jerry: “Não vamos aceitar cortes de recursos na saúde e educação”
Diante das tentativas de Jair Bolsonaro (sem partido) de esvaziar investimentos na educação do país, o vice-líder do PCdoB, o deputado federal Márcio Jerry (MA) afirmou que vai atuar no Congresso para resguardar o orçamento público destinado à área. Nesta segunda-feira (17), o jornal Estadão divulgou que o governo federal pretende reservar R$ 5,8 bilhões a mais para despesas com militares, reduzindo os gastos com o ensino público em 2021.
“Bolsonaro quer menos dinheiro na educação. É inimigo declarado do setor educacional. Vamos lutar por nenhum centavo a menos, por recursos a mais”, declarou Jerry.
A proposta com a divisão dos recursos entre os ministérios para 2021 está nas mãos da equipe de Paulo Guedes, ministro da Economia, e deve ser encaminhada até o fim deste mês ao Congresso. Caso confirmada, será a primeira vez em dez anos que o Ministério da Defesa terá um valor superior ao da pasta da Educação. De acordo com a previsão, a Defesa terá um acréscimo de 48,8% em relação ao orçamento de 2020, passando de R$ 73 bilhões para R$ 108,56 bilhões em 2021. Enquanto isso, a verba do Ministério da Educação (MEC) deve cair de R$ 103,1 bilhões para R$ 102,9 bilhões.
Autor do pedido de criação da Frente Parlamentar Mista pelo Fortalecimento do SUS, em parceria com o senador Weverton Rocha (PDT-MA), Jerry também criticou a tentativa de Bolsonaro de reduzir investimentos na saúde em meio à crise sanitária.
“Bolsonaro também quer reduzir recursos para a saúde, outro absurdo inaceitável. Necessidade que temos é a de reforçar o Sistema Único de Saúde para ampliar atendimentos com qualidade em todo o país”, declarou.
Durante o combate à pandemia que já contabiliza quase 108 mil mortos no país, o governo federal vem sendo criticado pela demora para repassar verba para municípios enfrentarem a Covid-19. Agravando o quadro, a comissão de orçamento do Conselho Nacional de Saúde (CNS) descobriu esta semana que, entre 28 de julho e 4 de agosto, R$ 3,9 bilhões dos R$ 23,6 bilhões – 17% do montante – já aprovados desapareceram.
O valor dos repasses foram liberados pelo Congresso para que as cidades pudessem abrir novos leitos hospitalares e comprar medicamentos e equipamentos necessários para o tratamento de infectados pela doença.
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