Márcio Jerry defende auxílio emergencial e vacina pra todos
Vice-líder do PCdoB, o deputado federal Márcio Jerry (MA) comparou nesta terça-feira (22) a postura de Jair Bolsonaro (sem partido) com a do presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, diante da pandemia da Covid-19. Na segunda, o democrata de 78 anos recebeu a primeira dose da vacina contra a doença desenvolvida pelas farmacêuticas Pfizer e BioNTech diante das câmeras para incentivar a população de seu país a aderir à imunização.
“Vejam o nível de perversidade no Brasil. Quase 200 mil mortos e o presidente fazendo troça, fazendo festa em Florianópolis (SC), sem ninguém usar máscara. A cidade que já tem hoje 90% dos leitos de UTI ocupados e o presidente vai fazer escárnio, deboche das pessoas que morrem. Presidente que neste momento deveria estar liderando a nação para nova fase da pandemia e para a vacinação fazendo, ele próprio, como Joe Biden fez ontem”, disse Jerry ao equiparar os mandatários e alertar para o surgimento da nova cepa do vírus no Reino Unido.
A crítica feita por Jerry se refere ao jantar de confraternização promovido pelo ex-capitão do Exército na noite da segunda (21) no Forte Marechal Luz, em São Francisco do Sul (SC). Acompanhado do ministro Fábio Faria (Comunicações), do senador Jorginho Mello (PL-SC), do empresário Luciano Hang – dono da rede de lojas Havan –, e do apresentador do SBT Ratinho, Bolsonaro posou sorridente para fotos, ao lado dos convidados, todos igualmente sem máscara.
Ao citar as projeções de crescimento no número de infectados pelo coronavírus em razão das festas de fim de ano, Márcio Jerry se disse “indignado” com a negligência presidencial e pediu reação do Parlamento e do povo brasileiro. “Nós chegamos no nível que não dá mais para ter nenhuma atitude contemplativa, é hora de combate a essa irresponsabilidade, a essa negligência, essa perversidade, a essa aula genocida que o presidente dá. É muito grave. Temos que reagir”, comentou o parlamentar.
Na manhã desta terça, o deputado maranhense ainda contrapôs os dirigentes dos dois países ao citar o fim do auxílio emergencial imposto pelo governo Bolsonaro, enquanto na terra do Tio Sam, o Congresso se prepara para aprovar um pacote de cerca de US$ 900 bilhões para apoiar as famílias e empresas mais atingidas pela pandemia.
“Como é a que a pandemia continua e se agrava e o irresponsável do presidente quer acabar com o auxílio emergencial? São vidas humanas, pessoas que precisam sobreviver e estão com graves problemas, que não podem ficar assim, desassistidas. Precisamos fazer algo no Brasil. Dinheiro há. A União tem manejos suficientes para prover estes recursos. Vamos taxar as grandes fortunas, vamos pegar dinheiro de quem tem dinheiro sobrando, que não vai levar a lugar nenhum, porque ninguém leva dinheiro para o caixão”, opinou.
Para Jerry, a negação de Bolsonaro em encarar a gravidade da situação se tornou ainda mais “mortal” diante do aumento de casos da doença em um país que já registra 7,2 milhões de infectados e avança em número de mortos, enquanto o desemprego já alcança 14,6% da população. De acordo com dados da Universidade Johns Hopkins, o Brasil se mantém como o segundo país com maior número de óbitos e o terceiro em infectados pelo coronavírus no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e da Índia, respectivamente.
Em meio ao avanço da pandemia, o jornal Folha de São Paulo divulgou um estudo que aponta que 36% dos que receberam o auxílio emergencial tiveram no benefício a sua única fonte de renda durante a crise sanitária. Com o fim do repasse, a estimativa é que 30 milhões de pessoas sejam lançados à extrema pobreza.
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