Márcio Jerry: “Até Aras reconhece erros da Lava Jato e necessidade de correções”
O vice-líder do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry (MA), defendeu, nesta quarta-feira (23), correções à Lava Jato, após o subprocurador-geral Augusto Aras reconhecer que a Operação necessitava de ajustes. A fala ocorreu durante sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal, que aprovou sua indicação para ser chefe da Procuradoria Geral da República (PGR).
Aras adotou discurso moderado, diferente da linha que vinha seguindo publicamente, e ‘deixou escapar’ que a Lava Jato tem problemas. “Defendo que a boa Lava Jato seja incorporada a todo Ministério Público (…) Pretendemos que seja reposto na Lava Jato a impessoalidade”, disse.
Ao comentar o caso, Márcio Jerry explicou alguns pontos implícitos na fala do subprocurador. “Até Aras reconhece erros da Lava Jato e necessidade de correções. Se tem a “boa” Lava Jato, é porque tem a Lava Jato “ruim”. E se é necessário “repor” a impessoalidade, é porque existe “pessoalidade”. Ou seja, parte importante de nossas críticas à Lava Jato reconhecidas pelo novo PGR como corretas”, escreveu o deputado.
A legitimidade da Operação Lava Jato foi colocada em xeque após diversas denúncias de irregularidades serem reveladas pelo site The Intercept Brasil e jornais como Folha de São Paulo e El Pais. O principal caso envolve a condenação ilegal do ex-presidente Lula, que abriu caminho para Jair Bolsonaro (PSL) vencer as eleições presidenciais. Na sequência, o então juiz Sérgio Moro, responsável pela operação, foi nomeado ministro da justiça. As revelações vieram à tona apenas no início de junho.
Desrespeito à lista tríplice
Indicação de Bolsonaro para o cargo de chefe PGR, Aras não faz parte da tradicional lista tríplice apresentada pelo Ministério Público, que sugere nomes para a função. Em votação secreta na CCJ, sua indicação recebeu 23 votos favoráveis e 3 contra. Em seguida, foi aprovada pelo Plenário da Casa, por 68 votos, contra 10 e uma abstenção.
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