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Maranhão receberá R$ 11 milhões dos R$ 137 milhões do ex-orçamento secreto no Esporte

Sob nova direção do PP, o Ministério do Esporte ainda tem à disposição R$ 137,8 milhões em recursos que faziam parte do orçamento secreto, redirecionados no início do ano para uso das pastas do governo Lula (PT). A liberação das verbas foi um dos pontos de atrito entre parlamentares e a ex-ministra Ana Moser, que só destravou os recursos na última semana de gestão, quando já balançava no cargo.

Além do controle sobre antigos recursos de emendas, o Centrão tenta incluir na alçada do futuro ministro André Fufuca (PP) a nova Secretaria de Prêmios e Apostas, que cuidará da arrecadação e regulação do mercado de bets.

Levantamento do GLOBO no Painel do Orçamento Federal mostra que o Esporte era a única pasta que, até o fim de agosto, ainda não havia movimentado o ex-orçamento secreto. Depois disso, entre os dias 1º e 6 de setembro, data em que Moser teve a demissão anunciada, o Esporte empenhou R$ 73 milhões.

Em entrevista à GloboNews em julho, Moser havia justificado a demora nos repasses do ex-orçamento secreto por dificuldades burocráticas, já que o Esporte não fazia transferência para fundos municipais e estaduais. A então ministra afirmou, na ocasião, que “estava construindo” este caminho.

— Não existem mais as emendas secretas, mas existe toda essa negociação, essa estruturação de equilíbrio para que a política ande dentro do Congresso — reconheceu Moser à época.

A quase totalidade dos R$ 73 milhões empenhados no fim da gestão Moser foi destinada a transferências para estados e municípios. O principal destino foi o Maranhão, estado de Fufuca, com R$ 11 milhões, seguido por Minas Gerais, com R$ 10,3 milhões, e Paraná, com R$ 8,7 milhões.

Embora a chegada de Fufuca à pasta amplie o controle do Centrão sobre a verba, indicações partidárias já tinham, na prática, influência sobre recursos do Esporte. A Secretaria Nacional de Esporte Amador, Lazer e Inclusão Social, responsável por atividades correlatas às destinações dadas ao ex-orçamento secreto, é chefiada por Thiago Milhim, ligado ao Podemos.

O PT também tinha participação na pasta, com o secretário nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Consumidor, José Luiz Ferrarezi, ex-vereador petista em São Bernardo do Campo. (O Globo)

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