Manifestantes acham que oposição não tira o Brasil da crise
Veja -Neste domingo, enquanto uma multidão (1,4 milhão de pessoas, segundo a PM; 450.000, de acordo com o Datafolha) ganhava a Avenida Paulista para protestar contra o governo Dilma, VEJA.com e a startup Lean Survey promoveram uma pesquisa para entender o que pensam e o que querem os manifestantes.
Quase 80% dos manifestantes que foram à Avenida Paulista, em São Paulo, neste domingo acreditam que a formação de um novo governo faria a situação do Brasil melhorar, revelou pesquisa realizada durante os protestos. A fé desses brasileiros, contudo, parece não estar depositada na oposição: 65% dos entrevistados acham que a oposição não cumpre papel relevante na resolução da crise, e parcela bem parecida (63%) acredita que PSDB e aliados não são capazes de tirar o Brasil da crise. Confira os dados nos quadros abaixo.
Imagem em alta mesmo só a Polícia Federal. Segundo a pesquisa, 51% avaliam que a instituição exerce o papel “mais positivo” na crise. Apenas 0,3% dos entrevistados acham o mesmo da oposição.
Num dia histórico – nunca tanta gente deixou sua casa para pedir mudanças nos rumos do país – a pesquisa registrou não apenas o desejo de que a presidente Dilma Rousseff deixe o poder, mas também a crença de 91% dos entrevistados de que ela está diretamente envolvida no petrolão.
Também foi possível aferir qual a alternativa preferida para uma transição: quase 80% dos entrevistados preferem que uma nova eleição seja realizada – o que requer não o impeachment, mas a cassação da chapa vencedora nas eleições de 2014, encabeçada pela petista Dilma Rousseff e com o peemedebista Michel Temer como vice. Substituto legal em caso de impeachment efetivado até o final do segundo ano de mandato, Temer não entusiasma: é a alternativa preferida de apenas 11%.
Apesar de a nova eleição ser o caminho favorito, 63% afirmam que ainda não têm um candidato em mente. A crença na oposição não é forte: 63% disseram não acreditar que a oposição esteja pronta para tirar o país da crise.
Para a pesquisa, a empresa Lean Survey entrevistou 380 pessoas entre 15h e 17h deste domingo. A margem de erro é de 5,03 pontos percentuais, para cima ou para baixo. Os pesquisadores dividiram a avenida em nove setores, espalhando-se pela via de forma homogênea. Como não havia dados sócio-demográficos prévios sobre os participantes do protesto, os pesquisadores escolheram os entrevistados de forma aleatória. A Lean Survey utiliza tecnologia mobile e crowdsourcing para realizar pesquisas de campo. Recentemente, foi apontada pelo Movimento 100 Open Startups como a empresa nascente mais atrativa do país.
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