A mando de Sarney, João Alberto sinaliza que pode salvar Aécio
Eleito pela sexta vez para presidir o Conselho de Ética do Senado, João Alberto Souza (PMDB-MA) mostrou disposição para salvar o mandato de Aécio Neves (PSDB-MG).
Ele disse não sentir, no pedido de cassação do mandato de Aécio Neves (PSDB-MG), o mesmo “clima de pressão” que houve, por exemplo, com Delcídio Amaral (ex-PT-MS), cassado no ano passado.
“O que eu sinto é que o Senado não concorda com o afastamento do senador. Isso eu tenho visto muito. Eles questionam por que afastar? Por qual argumento?”, afirmou Souza.
Alberto disse que ainda não analisou o requerimento da Rede e do PSOL contra Aécio baseado na delação da JBS, mas declarou que tem “dúvida” sobre o caso. “Pelo que tenho lido, tenho uma grande dúvida. Primeiro é preciso saber se os áudios são verdadeiros”, afirmou o senador, que vai aguardar análise da Advocacia-Geral do Senado antes de tomar qualquer providência sobre o pedido. “Mas e se amanhã o tribunal (Supremo Tribunal Federal) disser: “Não há nada contra o Aécio? Não podemos ser açodados”, acrescentou.
João Alberto é aliado do ex-senador José Sarney que, por sua vez, é amigo de Aécio Neves.
Aécio mantém, ao longo dos anos, uma sólida amizade com Sarney. No aniversário do político maranhense, comemorado no dia 24 de março, Aécio fez questão de comparecer e tirar fotos ao lado do velho amigo.
As denúncias contra Aécio não devem afetar sua amizade com José Sarney. Os dois cultivam um excelente relacionamento pessoal e político e por isso, Sarney fará de tudo para livrar a cara do amigo tucano, a começar pedindo para João Alberto abafar o caso no Senado.
Na última eleição presidencial, José Sarney chegou à sala de votação com o terno enfeitado com adesivos da presidente Dilma Rousseff, mas apertou nas urnas o número 45, de Aécio. Mesmo se declarando aliado de Dilma, Sarney votou em Aécio em um gesto de fidelidade à amizade que mantém com o senador mineiro.
Vale lembrar que a ligação entre Sarney e Neves vem de família.
Sarney foi vice de Tancredo Neves, avô de Aécio. Com a morte do presidente mineiro antes de tomar posse, Sarney exerceu o mandato presidencial.
Antes da missa de 30o. dia de Tancredo, no dia 14 de maio de 1985, o Diário Oficial da União publicava decreto do então presidente José Sarney nomeando um jovem recém-formado de 25 anos para Diretor de Loterias da Caixa Econômica Federal. Era Aécio Neves.
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