Laboratório contra lavagem de dinheiro sugeriu aprofundar investigações contra prefeito de Balsas
O relatório do Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro (LAB-LD) do Ministério Público do Piauí que consta de denúncia ofertada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPPI) no âmbito da Operação Cerrados reportou que há vários atos registrados em cartórios relacionados ao filho do prefeito de Uruçuí Wagner Coelho, Elano Martins, considerados passíveis de investigações. Também cita inúmeras transações bancárias. A investigação visa apurar a prática dos crimes de desvios de recursos públicos, organização criminosa, lavagem de dinheiro, fraude à licitação, peculato, corrupção ativa e corrupção passiva, cometidos através de contratos firmados entre empresas de fachada e o Município de Uruçuí.
Os atos cartorários declinados no relatório envolvem a deputada estadual Vivianne Coelho (PDT/MA), filha de Dr. Wagner, o marido de Vivianne, que vem a ser o prefeito de Balsas (MA), Erik Augusto e Silva, e o filho do casal, Erik Augusto e Silva Filho. Destes, apenas Dr. Wagner figura na primeira denúncia ofertada pelo GAECO, que não descarta novas investidas contra a suposta organização criminosa que existiria em Uruçuí.
O relatório do LAB-LD, feito após determinação do coordenador do GAECO, promotor de Justiça Cláudio Soeiro, afirma que “é importante mencionar a relação de FRANCISCO WAGNER com o prefeito de Balsas-MA, Erik Augusto e Silva, o filho deste, Erik Augusto e Silva Filho, e a esposa de Erik, e filha de Francisco Wagner, Vivianne Martins Coelho e Silva”.
“Não obstante não tenham sido encontradas transações entre a empresa AMBIENTAR CONSTRUÇÕES e Erik, Vivianne e Erik Filho, consta nos autos deste PIC suspeita de que parte dos recursos empenhados para despesas relacionadas a contratos com o município de Uruçuí-PI esteja sendo desviado para as empresas mantidas por este núcleo familiar na cidade de Balsas-MA, especialmente clínica odontológica e Posto de Gasolina”, pontua o relatório técnico.
O relatório técnico de 117 páginas sustenta que “dada a patente relevância das pessoas citadas nos negócios da família, especialmente diante das suspeitas já sustentadas nos autos, entende-se relevante proceder-se à quebra de sigilo bancário daqueles, se possível”.
Em seguida o documento apresentou “transações bancárias com O/D identificadas envolvendo as pessoas citadas nos atos cartorários acima e os alvos da quebra de sigilo bancário ora sob análise”.
O relatório é datado de junho de 2022.
INVESTIGAÇÕES CONTINUAM
Segundo o Ministério Público Estadual, pode haver aditamento da denúncia ou uma outra. “Informa-se que a investigação no bojo do PIC nº. 14/2020 continua em andamento, tendo em vista que ainda faltam ser analisados vários dados que ainda não foram disponibilizados pelas instituições, materiais imprescindíveis para se definir a extensão e a profundidade da ORCRIM, bem como esclarecer os demais fatos objeto de investigação”, traz a peça acusatória, que foi seguida de uma cota introdutória.
Segue afirmando a denúncia que “não se descarta a possibilidade do oferecimento de aditamento à presente denúncia ou o ajuizamento de nova Ação Penal com base em outros fatos praticados durante o período, ora investigado”.
Fonte: Por Rômulo Rocha – Portal 180Graus
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