João Campos defende que PSB apoie terceira via em alternativa à polarização entre Lula e Bolsonaro
O prefeito do Recife, João Campos (PSB), defendeu que o seu partido ajude a construir uma alternativa às prováveis candidaturas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para as eleições de 2022.
“Defendo um projeto onde o PSB possa ter protagonismo, que a gente possa construir uma via alternativa à polarização (entre Lula e Bolsonaro) que está posta no Brasil ou que estão querendo assim impor, que a gente possa discutir uma agenda de país, mais importante do que a gente discutir nomes é o que que a gente quer entregar, qual o projeto estruturador que a gente possa enfrentar as desigualdades regionais do Brasil que são muitas, como a gente traz a pauta da educação para uma realidade efetiva. Imagine que a gente está há um ano e meio de pandemia, e o governo federal não tem uma política estruturada de educação remoto”, afirmou João Campos, em entrevista à CNN Brasil.
Na eleição presidencial, o PSB deverá ficar entre apoiar Lula ou Ciro Gomes, provável candidato do PDT ao Palácio do Planalto. Recentemente, PT e PSB têm se reaproximado, após a retomada dos direitos políticos do ex-presidente depois da anulação das condenações na Operação Lava Jato e pela declaração no Supremo Tribunal Federal (STF) da parcialidade de Sergio Moro ao julgar o petista.
O governador Paulo Câmara é um dos interlocutores de Lula no PSB. Além dele, também têm diálogo aberto com o ex-presidente o deputado federal Marcelo Freixo e o governador do Maranhão, Flávio Dino, que se filiaram em junho ao PSB.
João Campos, assim como o PSB de Pernambuco, apoiou em 2018 a candidatura de Fernando Haddad (PT) à Presidência. Na ocasião, o então candidato a deputado federal, hoje prefeito do Recife, disse que Lula “sempre defendeu os brasileiros”. No período da fala de João Campos, Lula estava preso em Curitiba e era candidato à Presidência, mas depois foi trocado por Haddad quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) barrou a candidatura de Lula com base na Lei da Ficha Limpa, que impede pessoas condenadas por tribunais colegiados de disputarem cargos eletivos. Até então, Lula era condenado em segunda instância. Mais de dois anos depois, o STF afirmou que a Vara de Curitiba não era o foro competente para o julgamento em primeira instância.
Em 2020, João Campos disputou a Prefeitura do Recife contra o PT, que teve como candidata a deputada federal Marília Arraes. Os dois disputaram o segundo turno, e ela teve apoio do ex-presidente Lula em uma candidatura que foi determinada pela Direção Nacional do partido, indo de encontro ao PT local, que preferia aliança com o PSB. Campos e Arraes disputaram o segundo turno, e ele acabou vitorioso após uma campanha tensa com o PSB explorando o antipetismo e relembrando escândalos de corrupção em governos nacionais do PT.
Ainda na entrevista à CNN, João Campos defendeu que as forças de oposição a Jair Bolsonaro preservem uma unidade contra o presidente na eleição vindoura.
“A eleição do próximo ano pelo que ela se desenha é uma eleição onde o Brasil tem que vestir uma camisa de responsabilidade democrática muito grande. Temos que construir uma alternativa capaz de derrotar Jair Messias Bolsonaro, afinal de contas, agente não sabe até quando o Brasil aguenta um governo que não respeita seu povo, não respeita a democracia, além de outras coisas”, disse o prefeito. “Quem é do campo democrático deve ter o sentimento de unidade contra um projeto de reeleição de Jair Bolsonaro”, acrescentou o chefe do Executivo do Recife. Do JC
O conteúdo deste blog é livre e seus editores não têm ressalvas na reprodução do conteúdo em outros canais, desde que dados os devidos créditos.