Janot recebe informações sobre conta de Lobão na Suíça
A procuradoria da Suíça já enviou a Rodrigo Janot todos os dados da conta secreta que Edison Lobão (foto) mantinha no país.
Belo Monte
Um dos executivos da Camargo Corrêa que fez acordo de delação premiada na Operação Lava Jato, Luiz Carlos Martins, afirmou que a empreiteira usou uma microempresa sediada em Santana de Parnaíba (SP) para pagar R$ 2 milhões ao senador Edison Lobão (PMDB-MA). O depoimento foi prestado em março à Polícia Federal, em Brasília, por ordem do STF (Supremo Tribunal Federal).
O pagamento, segundo Martins, estava relacionado à construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. Conforme o delator, que foi diretor da Camargo, o repasse foi feito porque Lobão “teria ajudado a montar os consórcios e para que ele não impusesse obstáculos ao andamento da obra”.
Segundo Martins –o que foi confirmado por documentos que a empreiteira entregou à PF–, os pagamentos da Camargo para a AP Energy Engenharia e Montagem ocorreram entre 2011 e 2012, quando Lobão era o ministro de Minas e Energia no primeiro mandato de Dilma Rousseff.
Angra 3
Há suspeita de que as obras de Angra 3 também só foram viabilizadas mediante propina paga por empresários a dirigentes de estatais e políticos ligados ao PMDB e ao PT.
Três executivos da Andrade Gutierrez, uma das empreiteiras envolvidas na construção da usina nuclear, fizeram delação premiada em que detalham os subornos. Conforme esses executivos (Flávio Barra, Flávio Gomes Machado Filho e Clóvis Peixoto Primo), o ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão e o senador e ex-ministro do Planejamento Romero Jucá, ambos do PMDB, exigiram propina de 3% nos contratos de Angra 3. Já 1% teria sido destinado ao PT via o ex-tesoureiro João Vaccari Neto.
42 milhões a Sarney e Lobão
O ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado afirmou a investigadores da Operação Lava Jato, em depoimentos de delação premiada, ter repassado propina a mais de 20 políticos de 6 partidos. O novo delator da Lava Jato contou aos procuradores da República sobre pedidos de doações eleitorais de parlamentares de PMDB, PT, PP, DEM, PSDB e PC do B.
O ex-senador José Sarney e o senador Edison Lobão, maranhenses do PMDB, receberam, juntos, o total de R$ 42,5 milhões em propina.
Ao todo, segundo o delator, o ex-ministro Edison Lobão recebeu R$ 24 milhões em propina, dos quais R$ 2,7 milhões foram pagos por meio de doações. Machado apontou que doações oficiais foram disfarçadas de propina, como repasses da Camargo Correa, R$ 1 milhão em 2010, Queiroz Galvão R$ 1 em 2010 e uma doação de R$ 750.000,00 em 2012.
Já Sarney recebeu propina de contratos da Transpetro durante nove anos, no valor total de R$ 18,5 milhões. Desse montante, R$ 16 milhões foram recebidos em espécie.
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