O PMDB está prestes a desembarcar do governo Dilma. E com o partido abandona o barco do PT uma de suas principais lideranças, o ex-senador José Sarney.

Entre os peemedebistas, Sarney foi, talvez, o mais beneficiado no governo petista.

Com Lula, Sarney conseguiu abocanhar ministérios importantes e cargos no primeiro escalão. O pai da ex-governadora Roseana Sarney e todo grupo oligárquico se locupletaram o quanto puderam.

Além das benesses físicas, Sarney também recebeu todo o apoio político de Lula e Dilma. Ele impediu, atrapalhou e cassou Jackson Lago (ministros eram impedidos de vir ao estado) durante os dois anos de gestão do pedetista, inclusive tirando-o do poder com a ajuda de Lula. Sarney conseguiu também intervir na eleição de Flávio Dino, tirando o PT da coligação comunista em 2010, o que garantiu a vitória de Roseana.

Fora isso, Lula foi o maior defensor de Sarney quando este, presidente do Senado, enfrentava denúncias de nepotismo e corrupção. Graças ao ex-presidente e à tropa do PT, Sarney se manteve no cargo até o fim.

Portanto, nada mais é do que ingratidão de José Sarney com Lula e Dilma no momento mais crítico que os dois vivem. Fosse um político correto e leal, Sarney seria o primeiro a bater o pé para que o PMDB continuasse no governo. Mas não, age de acordo com seus próprios interesses, já que sonha em dar as cartas novamente com a ascensão de Michel Temer à Presidência da República.