Informe JP
Crise e mudança
Faltando menos de um mês e meio para o prazo final das convenções, o grupo Sarney debate-se com graves problemas para a disputa de outubro. É um fato inédito na história do estado e revelador do desgaste a que chegou o grupo que se instalou no Palácio dos Leões há quase 50 anos.
Depois de embalar por quase dois anos o projeto de eleger Luís Fernando, a governadora Roseana Sarney sofreu seguidos reveses e parece conformada em aceitar a surpreendente indicação de Edinho Lobão como candidato do grupo ao governo. Aposta arriscada, todos sabem. E para o Senado, destino natural da governadora, agora três nomes disputam a indicação num cenário também muito difícil.
O que há, salta aos olhos, é um esgotamento histórico do ciclo de poder iniciado nas eleições de 1965. Se isso se confirmará nas eleições de outubro, não se sabe. Mas é fato concretíssimo não só o esgotamento como a imensa possibilidade que a oposição tem de vencer o pleito, inclusive no primeiro turno.
Diante da crise, a oposição precisa apenas de juízo, de responsabilidade histórica para manter a ampla unidade até aqui e confirmar nas urnas aquilo que brota das ruas em todo o Maranhão: o sentimento de mudança.
Sarney peregrina em busca de apoio
Perguntado pelo MZ Portal sobre a possibilidade do PT nacional impor a candidatura do senador José Sarney ao PT local, o governador do Amapá, Camilo Capiberibe (PSB-AP) disse que não acredita que isso possa acontecer, até porque ele acha que a candidatura petista ao Senado tem crescido e se consolidado, mas, caso a hipótese se confirmar, ele adiantou que vai apoiar outra candidatura que possa fazer frente à de Sarney. “O senador [Sarney] em nenhum cenário irá disputara essa eleição como candidato único. Isso ele pode ter certeza”.
PT/AP rejeita Sarney
A vice-governadora Dora Nascimento (PT) – pré-candidata ao Senado – afirmou ao presidente nacional do PT Rui Falcão, em uma reunião nacional do partido, que “o PT do Amapá jamais carregará a bandeira do Sarney”, ou seja, se Sarney ganhar, não vai levar.
Virar a página
Camilo Capiberibe, governador do AP, não disse, mas entre as candidaturas possíveis de serem apoiadas por ele estariam a do Psol, do DEM ou outra que tivesse escopo para enfrentar e derrotar Sarney virando a página da história do Amapá, tal como já estão fazendo os seus conterrâneos maranhenses.
Unidade I
O presidente do PCdoB, Márcio Jerry, informou que até quinta-feira os partidos que integram o grupo oposicionista voltarão a se reunir.
Na pauta, a organização da pré-campanha até junho, as convenções partidárias e montagem das chapas para a disputa da Câmara Federal e Assembléia Legislativa.
O principal assunto, no entanto, será mesmo a discussão sobre vice governador e suplências de senador.
Unidade II
Três partidos manifestaram interesse em indicar o companheiro de chapa de Flávio Dino.
O primeiro a indicar foi o PDT, que apresentou o nome do empresário Márcio Honaiser. Depois o Solidariedade colocou na mesa o nome do ex-deputado Wagner Lago. E por fim o PSDB reivindicou a vaga, possivelmente para o deputado Carlos Brandão.
“Vamos resolver isso com paciência, de forma democrática, transparente e muito convergente”, garantiu o presidente do PCdoB.
Moyses candidato
O ex-diretor do Socorrão I, Yglésio Moyses é um dos pré-candidatos do PT à deputado estadual. O médico já percorreu 15 cidades falando do seu projeto. “O perfil jovem e as propostas inovadoras, com soluções viáveis e capazes de serem postas em prática, devem ser o seu grande diferencial”, afirmou um dos coordenadores de sua pré-campanha. Moyses é uma das apostas do partido para as eleições.
Encontro
A propósito, marcado para quarta-feira, em São Luís, o primeiro encontro formal do candidato ao governo Edinho Lobão com os aliados sarneyzistas…Lobão Filho sabe, pois, apesar de novo, é mais macaco velho que muitos dos velhos, que o que a turma irá pedir é o cumprimento das promessas ouvidas quando Luís Fernando ainda era candidato…
Faz-me-rir
…De todo esse pessoal, nos bastidores, o que se ouve, em uníssono, é que tá todo mundo na pindaíba… E sem ‘faz-me-rir’, já viu, né, não dá para continuar como soldado numa guerra cujo horizonte parece cinza. (Jotônio Vianna)
Manifestações sociais
Os advogados especialistas em legislação eleitoral, Edson Travassos Vidigal e Carlos Eduardo Lula, participarão e uma mesa de diálogo, na próxima terça-feira, das 17h às 19h, no Uniceuma Renascença, sobre o tema “O poder das urnas x o poder das ruas”. O evento faz parte do IX Ciclo de Atividades Acadêmicas da instituição.
Ambos são doutrinadores com obras publicadas na área do Direito Público.
Segundo Edson Vidigal, o tema é importante porque coloca em discussão a legitimidade das manifestações sociais que têm ocorrido nas ruas de todo o país desde junho do ano passado.
Contra demissões (I)
O Sindicato dos Metalúrgicos de São Luís (Sindmetal) está recorrendo ao Ministério Público do Trabalho (MPT) para negociar com o grupo Alcoa/Alumar as 500 demissões anunciadas, em razão de corte na linha de produção.
Já houve duas reuniões, mas, segundo a entidade, as propostas apresentadas pela empresa foram irrisórias e não contemplam os direitos dos trabalhadores vítimas da demissão em massa.
O sindicato também está negociando o reajuste salarial da categoria, cuja data-base venceu dia 1º de março, mas até o momento não teria por parte da empresa indicação de acatar a proposta da entidade, de15% no piso e 13% de reajuste geral, mais abono de $400,00 para as empresa com até 300 funcionários e de $800,00 para as empresas acima de 300 funcionários.
Contra demissões (II)
“A empresa não sinaliza o reajuste e ainda propõe valores insignificantes às indenizações, totalmente desproporcionais aos impactos da demissão em massa anunciada pela Alcoa”, avalia o presidente do Sindmetal, José Maria Araújo.
Araújo ressaltou os acordos firmados entre o grupo Alcoa/Alumar o Governo Federal, em troca de benefícios fiscais como redução no custo da energia, que deveria garantir a manutenção da produção e dos empregos.
Porém, segundo ele, “a empresa continua obtendo lucros e anunciando ser um dos melhores lugares do mundo para se trabalhar, enquanto 500 pais de família perderão a perspectiva de emprego”.
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