Influência de Sarney sobrevive no Senado
O ex-presidente José Sarney continua sendo líder de um grupo importante de senadores e caciques do Congresso. Mesmo com 87 anos, Sarney mantém a agenda ativa e recebe em sua residência vários senadores ao longo da semana. O presidente do Senado, Eunício Oliveira (CE), costuma passar na casa de Sarney para uma conversa, assim como o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), e o presidente da sigla, senador Romero Jucá (RR).
O grupo de Sarney nunca deixou o comando do Senado. Como a casa do ex-presidente fica a poucos metros das residências dos presidentes de Câmara e Senado, a romaria é facilitada. As visitas não são só de parlamentares do PMDB.
No último sábado, Sarney saiu das sombras e foi ao Palácio do Jaburu se reunir com o presidente Michel Temer. Ele permaneceu mais de duas horas com Temer, a quem teria dito para ficar firme. A aliados, Sarney disse que Temer não renunciará e repetiu a avaliação feita por integrantes do Palácio do Planalto de que o processo da chapa Dilma-Temer poderá levar meses.
No sábado, Sarney deixou o Jaburu já de noite, com cumprimentos de deferência de Moreira Franco, outro peemedebista da cúpula.
— O ex-presidente Sarney está tranquilo e tem reiterado que Temer não renunciará — disse um senador.
Sarney tem atraído outros parlamentares fora de seu círculo habitual, que querem ouvir sua experiência em momentos de crise. Afinal, ele travou uma batalha no Congresso para impedir que seu mandato fosse reduzido para quatro anos, e acabou ganhando a queda de braço e ficando entre 1984 e 1989 no Planalto. Durante o período, foi do sucesso ao fracasso com o plano econômico que levou seu nome.
Segundo senadores que estiveram com Sarney, ele transmite tranquilidade sobre a situação de Temer. Alguns acreditam que o encontro do peemedebista com o ex-presidente Fernando Henrique, em São Paulo, teve o “dedo de Sarney”. Ao PSDB, Temer repetiu que não sai porque isso seria confissão de culpa.
— Sarney é um homem de muito equilíbrio — disse Renan.
Sarney e o grupo do PMDB têm argumentado que um presidente eleito por via indireta também não teria credibilidade junto à população, não acabando com a crise. (O Globo)
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