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‘Históricos’ do PDT lançam manifesto e dizem que o partido está sob intervenção

O Comitê de Resistência Democrática Jackson Lago, integrado pelos históricos do PDT e dissidentes da atual direção provisória, liderados pela viúva do ex–governador, a médica Clay Lago, lançou manifesto após decidir, por maioria absoluta de votos, por não se alinhar a nenhuma das candidaturas a prefeito de São Luís.

Ao mesmo tempo em que agradeceu a confiança dos dissidentes do PDT que o indicaram como pré-candidato à Prefeitura de São Luís, o ministro aposentado Edson Vidigal declarou: “Quanto a mim, estão todos liberados de quaisquer compromissos com candidaturas nas eleições deste ano”.

Eis a íntegra do ‘Manifesto do PDT Dissidente’:

“Às companheiras e companheiros pedetistas de São Luís!

O governador Jackson Lago, nosso líder maior, nos deixou um legado de honradez, espírito público e de grande devoção às causas dos movimentos populares. O PDT sofre hoje no Maranhão, e especialmente na Capital – São Luís, deplorável intervenção que só o apequena no atual processo eleitoral.

Contra a autocracia que se estabeleceu no partido em nível nacional, desde a morte de Leonel Brizola, e no Maranhão desde a morte de Jackson Lago, nos organizamos em Comitê de Resistência, entendendo que num espaço de democracia interna, ainda que exíguo, poderíamos lutar pela coerência da legenda com o seu programa partidário e, assim, nos manter no respeito à história de lutas e de realizações das administrações do PDT no Maranhão, e especialmente na Capital – São Luís.

Chegamos a acreditar que uma Resolução da direção nacional priorizando a candidatura própria a prefeito nas capitais fosse para valer no Maranhão e, por isso, recorremos a um dos nossos melhores quadros, lançando a pré-candidatura do ministro Edson Vidigal à consideração da Convenção Municipal.

Em defesa dos direitos dos filiados elegerem um Diretório Municipal e deste, por sua vez, convocar a Convenção para a escolha dos candidatos pela via democrática, batemos inclusive às portas da Justiça e fomos batidos por uma decisão de um Juiz que demorou (dez) 10 dias para se dizer incompetente, remetendo o processo a outro juiz que, afirmando a competência, restituiu-lhe o processo e até aí os prazos se esvaíram como éter.

Culpar a pessoas? Não nos interessa, nem vem ao caso, quando, na verdade, é a legislação eleitoral que se mantém incompleta e possibilitando com os seus vazios que juízes façam as vezes de legisladores e, ainda, a Lei dos Partidos, que, consagrando a centralização e em desprestígio da democracia, reduz os partidos a meros cartórios nos quais os dirigentes são donos absolutos e autocráticos.

No caso do PDT do Maranhão, estabeleceu-se a politicalha do “ou dá ou desce”. Companheiros de muitas lutas foram subjugados a aceitar os arranjos dos interesses pessoais ou casuísticos da direção provisória, sob pena de serem destituídos das funções partidárias ou de não integrarem a lista de candidatos às próximas eleições.

Quando a tese da pré-candidatura própria crescia nas bases partidárias, conquistando a admiração popular, logo a direção nacional, antes mesmo da Convenção Municipal, apressou-se em acolher a vontade da direção provisória local e, assim, abortar a diretriz que ela própria havia estabelecido para todas as capitais como prioritária.

Assim, o totalitarismo da direção do PDT sequer permitiu que a candidatura própria chegasse à Convenção. Ainda assim, não nos consideramos derrotados. Derrotado está sendo o PDT, tendo a sua história de lutas e realizações administrativas conspurcada pelos que, por suas atitudes, querem o partido não como instrumento das causas coletivas, mas dos seus interesses imediatos e unicamente pessoais.

O Comitê de Resistência Democrática Jackson Lago denuncia estes fatos à população do Maranhão, e especialmente à população de São Luís, confiando na Justiça do tempo, a Justiça da História, a qual num futuro bem próximo, nas eleições de 2014, denunciará ao Povo os novos vendilhões do templo.

Nossa luta continua! Pela democracia interna no PDT! Pelo resgate da história do PDT e dos seus compromissos programáticos com o trabalhismo, com os direitos sociais dos trabalhadores, dos movimentos populares, com as lutas pela cidadania; pela segurança cidadã, pela saúde pública efetiva, pela educação de qualidade!

Como cidadãos e dissidentes da direção provisória no Estado, nos declaramos, individualmente, liberados para votarmos nos candidatos que bem entendermos. Oportunamente, voltaremos a nos reunir para deliberarmos quanto aos próximos passos do nosso movimento.

São Luís-MA, 3 de julho de 2012.

Comitê de Resistência Democrática Jackson Lago

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