Grupo da Morte é investigado por incentivar suicídio entre jovens por afogamento na região metropolitana de São Luís
O Informante – Muitos dos afogamentos que estão acontecendo na região metropolitana de São Luís podem estar relacionados ao suicídio incentivado por um grupo denominado Grupo da Morte. As suspeitas estão sendo investigadas em inquérito policial que a Promotoria estadual de Educação vem acompanhando.
O grave problema de saúde pública foi citado pela promotora Cristiane Lago, do Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos, nesta quarta-feira, 27, durante palestra no encontro com a mídia promovido pela Assembleia Legislativa do Maranhão e Ministério Público para tratar sobre combate ao suicídio.
Segundo a promotora, os jovens estariam sendo induzidos a ingerir medicamento e entrar no mar, levando ao afogamento.
A investigação, que permanece sigilosa, foi requisitada pelo promotor Paulo Avelar, da Promotoria da Educação.
Segundo a promotora Cristiane Lago, a sociedade brasileira vem perdendo jovens da faixa etária entre 14 e 19 anos. “É uma juventude que está indo embora. O problema é grave. O problema de saúde mental é uma pandemia, em especial o suicídio. Problema de saúde mental hoje é universalizado nas casas brasileiras”, sublinhou a promotora. A falta de perspectiva dessa juventude após a conclusão dos estudos de terceiro grau tem agravado a situação”, disse.
Mídia – A Organização Mundial de Saúde possui recomendação editada por meio de documento sobre a maneira como deve ser feita a divulgação dos casos de suicídio na mídia. Durante um período havia o tabu de não tratar sobre o tema. O entendimento atual é de que o tema deve ser abordando de forma correta.
A principal dessas recomendações é evitar o efeito contágio por meio de imagens, meios utilizados, fazer referência às relações familiares.
O portal O Informante ouviu a promotora Cristiane Lago, do Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos
– Qual é a responsabilidade que a mídia tem no combate ao suicídio?
Promotora Cristiane Lago – Os dados apontam que a divulgação incorreta de imagens de vítimas de suicídios, dos meios utilizados por essas pessoas para cometer esse ato, provoca um efeito multiplicador. É o que estamos fazendo, para que todos os profissionais se informem sobre a maneira correta de divulgar. Apresentamos o documento da Organização Mundial de Saúde, OMS, que traz todas as orientações sobre como falar sobre o tem. Precisamos, falar sobre o suicídio, pois é uma pandemia que estamos vivendo e que persiste. Precisamos enfrentar com estratégia. Com apoio da mídia podemos diminuir esses números.
– Na sua palestra sobre estratégica de combate ao suicídio, a senhora citou uma lei estadual que trata sobre diretrizes e que ainda não saiu do papel. O que está sendo feito pelo Ministério Público para que a lei vigore?
– O Maranhão possui a Lei 11.343. O Ministério Público está agindo para que a lei seja implementada. Fizemos uma capacitação com os profissionais da saúde e da educação, responsáveis pela notificação que deve ser encaminhada para a Secretaria Municipal Epidemiológica.
– A senhora falou em sua palestra que embora alarmantes os números não correspondem aos dados reais. Como fazer para combater o subregistro de suicídios?
– É implementar ações junto aos órgãos que devem fazer a notificação.
– Como evitar que o cidadão comum, que não pertence à mídia formal, divulgue incorretamente os casos de suicídio?
– A mídia vai nos ajudar para dizer para esse cidadão que ele também é responsável. Nós temos feito isso dentro do Ministério Público. Então, esse é um papel que a mídia pode trazer para ela.
O conteúdo deste blog é livre e seus editores não têm ressalvas na reprodução do conteúdo em outros canais, desde que dados os devidos créditos.