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Governo federal aprova envio de tropas ao Maranhão

Quadrilha do Bonde dos 40 acusada de fuzilar em São Luís (MA) dois parentes de presos que haviam sido decapitados em Pedrinhas, em 2013 - Divulgação/Gilson Teixeira/Polícia Civil/VEJA

Quadrilha do Bonde dos 40 acusada de fuzilar em São Luís (MA) dois parentes de presos que haviam sido decapitados em Pedrinhas, em 2013 – Divulgação/Gilson Teixeira/Polícia Civil/VEJA

Veja – O Ministério da Justiça aprovou o envio de tropas da Força Nacional de Segurança para reforçar o policiamento em São Luís, no Maranhão. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira. A medida é uma resposta ao pedido feito pelo governo maranhense, que solicitou o apoio federal após uma onda de ataques comandada por facções criminosas a ônibus e carros. Em três dias, ataques a 17 veículos foram registrados na capital do Estado.

O emprego da Força Nacional foi autorizado pelo período de trinta dias e poderá ser prorrogado, caso necessário. O objetivo, segundo o ministério, é “preservar a ordem pública, a incolumidade das pessoas e do patrimônio na cidade de São Luís e Região Metropolitana”. De acordo com a portaria publicada no Diário Oficial da União, a operação será iniciada imediatamente e terá o apoio logístico e a supervisão dos órgãos de segurança pública do governo do Estado. O documento não informa, no entanto, o número de agentes que serão enviados ao Maranhão.

Esta é a segunda vez em menos de um ano que a governadora Roseana Sarney solicita o reforço da Força Nacional para tentar garantir a segurança e o patrulhamento das ruas. Em outubro do ano passado, 150 agentes chegaram à capital com a missão de conter a onda de violência no Complexo Penitenciário de Pedrinhas — na época, uma rebelião no presídio acabou com a morte de nove presos, entre eles alguns decapitados e esquartejados.

Segundo o acordo firmado com o governo federal no ano passado, a Força Nacional deveria ficar no presídio até o fim deste mês. No novo pedido, a governadora solicita a prorrogação no prazo de permanência da tropa e a patrulha nas ruas da capital maranhense. No documento encaminhado na segunda-feira ao Ministério da Justiça, o Estado solicita o reforço para atuar no sistema penitenciário e nas ruas de São Luís e Região Metropolitana por causa dos “momentos de tensão e terror em face de atos de violência e vandalismo praticados por facções criminosas”.

Pedrinhas – O presídio do horror virou símbolo da crise penitenciária no Maranhão no início deste ano, quando vídeos publicados na internet mostraram presos sendo decapitados e esquartejados no local. Desde o início do ano, ao menos dezessete detentos foram assassinados na penitenciária e foram registrados mais de dez casos de fugas — no último, treze presos escaparam por um túnel escavado em uma cela. Nesse mês, o diretor de uma das oito unidades do complexo foi preso por liberar presos em troca de dinheiro.

Na última semana, as denúncias de corrupção contra o diretor e as fugas em massa derrubaram o secretário de Justiça e Administração Penitenciária do Maranhão (Sejap), Sebastião Uchôa. Em seu lugar, entrou o secretário interino Marcos Affonso Júnior.

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