Foco de combate a bloqueios deve ser nos patrocinadores, diz Flávio Dino
O senador eleito pelo Maranhão Flávio Dino (PSB-MA), que também é coordenador do grupo de transição de governo na área de justiça e segurança pública, falou à CNN que as manifestações que bloqueiam estradas para protestar contra a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deveriam ser combatidas através de investigação sobre os patrocinadores desses atos.
Ele disse que espera que essa situação seja resolvida ainda neste ano, mas que o governo eleito está preparado para lidar com o cenário no qual os boqueios continuem até 1º de janeiro de 2023. “Nosso parâmetro é a lei, esses atos são ilegais e vamos aplicar as medidas que a lei prevê para garantir que haja normalidade e paz no país.”
Dino ressaltou que estes atos são financiados por patrocinadores com poder econômico e politico, e disse que “o foco principal tem que ser esse”. Ele também elogiou a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, na qual ele determinou o bloqueio de 43 contas bancárias suspeitas de financiar atos antidemocráticos.
Até o dia 31 de dezembro, cabe ao atual governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) resolver a questão dos bloqueios nas estradas, mas o senador eleito disse haver conivência por parte do governo, o que explicaria a ineficácia das ações que tentam acabar com as manifestações.
Flávio Dino disse que o governo de Lula deverá investigar as omissões da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e de outros órgãos públicos quando assumir. “Isto não se trata de retaliação, se trata de aplicação da lei.”
Ele também falou que as instituições precisam ser “descontaminadas” para que voltem a ser isentas, usando como exemplo a participação de alguns policiais nos atos que bloqueiam estradas.
Transição de governo e segurança pública
Dino também disse que a transição não está acontecendo nos termos que o governo eleito gostaria, pois falta colaboração, mas que não houve nenhum embaraço até agora. “Recebemos alguns documentos, vamos solicitar outros ao Tribunal de Contas da União (TCU). E esperamos que o presidente Jair Bolsonaro (PL), ao reconhecer a derrota na prática, oriente sua equipe para colaborar.”
Ele disse que o grupo responsável pela justiça e segurança pública durante a transição deve começar a fazer reuniões temáticas com o atual governo a partir desta semana.
Sobre a preocupação com a segurança pública, o senador eleito reforçou a preocupação do grupo com os crimes contra o patrimônio e disse que a questão interessa a todas as classes sociais e à manutenção da ordem pública.
A segurança pública é uma atribuição dos estados, mas o grupo deve propor um avanço na implementação do Sistema Único de Segurança Pública (SUSP), para aumentar a participação da União no problema. (CNN)
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