Flávio Dino: usar toga pra fazer política destrói o Judiciário
Com muitos aplausos, a fala do governador do Maranhão, Flávio Dino, recebeu apoio do público que participou do Encontro com Juristas pela Legalidade e em Defesa da Democracia, nesta terça-feira (22) no Palácio do Planalto. O ex-juiz federal e ex-presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) criticou a conduta política no Judiciário brasileiro e as arbitrariedades na condução da Operação Lava Jato.
“Judiciário não pode mandar carta para passeata. E se o juiz, o procurador quiser fazer passeata: há um caminho. Basta pedir demissão do cargo. Aliás, quero dizer que adoro fazer passeata. Mas não use a toga para fazer política porque isso destrói o Poder Judiciário”, afirmou em referência à divulgação de interceptações telefônicas envolvendo a presidenta Dilma, sem a autorização do Supremo Tribunal Federal (STF).
Flávio Dino comparou a atuação de juízes à participação das Forças Armadas no golpe de 1964, que pôs o Brasil sob a ditadura militar até 1985. “Ontem as Forças Armadas, hoje a toga supostamente democrática e imparcial”, disse Dino a respeito dos que querem o impeachment da presidenta Dilma, acusada de corrupção sem provas.
Para o governador maranhense, a pior corrupção que existe no país é a desigualdade social e a injustiça social, mas os que se levantam hoje contra a corrupção, na verdade, representam “1% da população que usa há várias décadas essa estratégia para proteger seus interesses”, afirmou Flávio Dino, destacando que “essa é uma estratégia perene na política do país e se oferece a um objetivo principal, que é esconder os verdadeiros problemas da nossa nação”.
“Por isso aqueles que querem combater a corrupção do Estado, e deve ser combatida na verdade, pretendem proteger os seus privilégios de classe, de casta”, afirmou o governador, que foi muito aplaudido.
E, ao encerrar sua fala, Flávio Dino foi seguido pelo público que repetiu com ele os trechos finais do Hino Nacional: “Mas, se ergues da justiça a clava forte/ Verás que um filho teu não foge à luta/ Nem teme, quem te adora, a própria morte …”
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