Dino rebate Bolsonaro: ‘muita atenção com esse discurso de uma nova Lava-Jato’
Brasil 247 – O governador do Maranhão, Flávio Dino, enfatizou a necessidade de um “debate realmente urgente para Educação do Brasil”, mas alertou para o risco de paralisia que uma nova operação Lava Jato pode proporcionar.
“Claro que eventuais ilegalidades e desperdícios devem ser combatidos, mas sem paralisar o setor educacional. Seria insensatez e irresponsabilidade. Portanto, muita atenção com esse discurso de uma ‘nova lava-jato'”, escreveu.
O tweet de Flávio Dino rebate o presidente Jair Bolsonaro, que nesta segunda-feira (4), também através do Twitter, informou o pais que pretende dar início a uma feroz campanha de perseguição na Educação brasileira. Ele ameaça estudantes, professores e funcionários de escolas e Universidades com uma Lava Jato ideológica. Em suas mensagens, prevê que haverá resistência: “Sabemos que isto pode acarretar greves e movimentos coordenados”. E insinua que haverá repressão. Chefe do Executivo, dá ordens ao Judiciário. Enquanto o país celebra o Carnaval da repulsa ao bolsonarismo, ele urde sua vingança.
Debate realmente urgente para Educação do Brasil: prorrogação do Fundo Nacional para Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB), cuja vigência termina em 2020. Participação do Governo Federal deve ser ampliada, pois o Brasil, na educação, gasta menos do que deveria. Claro que eventuais ilegalidades e desperdícios devem ser combatidos, mas sem paralisar o setor educacional. Seria insensatez e irresponsabilidade. Portanto, muita atenção com esse discurso de uma “nova lava-jato”.
Na sequência de tweets, Bolsonaro manipula as informações para criar a ideia de que se gasta “demais” com educação no país. Ele constata o salto dos investimentos brasileiros em educação durante os governos do PT: “Em 2003 o MEC gastava cerca de R$30bi em Educação e em 2016, gastando 4 vezes mais, chegando a cerca de R$130 bi”. Para em seguida tentar transformar essa evolução aplaudida mundialmente em um fato “negativo”: o Brasil “ocupa as últimas posições no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA)” -na avaliação do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês)de 2016, o país ficou na 63ª posição em ciências, na 59ª em leitura e na 66ª colocação em matemática.
Além da repressão, os tweets servem como anúncio de mais cortes na educação. Bolsonaro claramente enuncia a tese de “gastar menos e melhor”, que não encontra qualquer conexão com a realidade histórica. “Brasil gasta mais em educação em relação ao PIB que a média de países desenvolvidos” -escreve ele ou algum assessor em um dos tweets, escondendo que o país, no mesmo ano da última aplicação do PISA (2016), tinha gasto acumulado por aluno de US$ 38.190 por ano, ou seja, o equivalente a 42% da média de US$ 90.294 de investimento feito por estudante em países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
De maneira proposital, Bolsonaro apresenta o número do orçamento para Educação do último ano dos governos do PT -o orçamento de 2016, aprovado em 2015, ainda sob o governo Dilma Roussef. É a indicação de que os ataques serão contra o melhor período da Educação no país. Em suas mensagens, ele escamoteia que desde então, por conta do texto de gastos e da vontade política que controla o Executivo desde o golpe de 2016, a Educação no Brasil só tem tido cortes e deixou de ser prioridade. No orçamento de 2018, a Educação já sofreu uma redução orçamentária para R$ 144 bilhões.
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