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Flávio Dino foi estopim da irritação de Lira com o governo, diz Estadão

Não foram apenas os comentários do senador Renan Calheiros (MDB-AL) que estimularam o mau humor de Arthur Lira (MDB-AL) com o governo nos últimos dias. Lira também não gostou nada do fato de o ministro Flávio Dino (Justiça) ter ido nesta semana a Alagoas sem tê-lo convidado para acompanhar a comitiva ao Estado.

A irritação se refletiu em plenário. Ontem, Lira quase deixou caducar a medida provisória do governo que promove a reestruturação dos ministérios. Como mostrou a Coluna, foi demovido por aliados que acharam que a ação iria longe demais.

Flávio Dino e Paulo Dantas, durante agenda em Alagoas.

O objetivo de Lira era dar o recado de que o governo precisa dele para aprovar qualquer matéria em plenário e por isso precisa “tratá-lo com mais respeito”.

Dino cumpriu agenda na última segunda-feira (20) com o governador de Alagoas, Paulo Dantas, para a entrega de viaturas policiais. Também anunciou investimentos de R$ 20 milhões na área da segurança pública.

Na conversa com Lula por telefone, ontem, Lira relatou ao presidente que parlamentares estavam incomodados por não serem chamados por ministros nas agendas pelos Estados.

Lira se reúne com Dino

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), conversou com o ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), sobre a operação da Polícia Federal que atingiu pessoas ligadas ao deputado.

Segundo relatos, Lira queria saber a circunstância da deflagração da operação da PF e se havia relação com acontecimentos políticos.

De acordo com pessoas informadas sobre a conversa, Dino disse ao deputado que não tem ingerência nas investigações e que não foi comunicado de sua existência com antecedência.

O encontro entre os dois foi revelado pelo portal Metrópoles e confirmado pela Folha.

Líderes partidários que fazem parte do grupo político de Lira viram na coincidência de datas da operação e da votação, na Câmara, de uma MP (medida provisória) vital para Lula uma forma de o governo atingir o deputado através da Polícia Federal.

Lira quase impôs a maior derrota do Planalto até o momento, ao levar até praticamente a última hora a votação da MP que reestruturou a Esplanada dos Ministérios.

A Câmara aprovou a medida provisória na noite desta quarta-feira (30), após dois dias de intensa negociação. Já a operação que investiga aliados de Lira por um esquema de fraude em kits de robótica foi deflagrada nesta quinta-feira (1º).

Aliados de Lira afirmaram que, no mínimo, é de se estranhar a proximidade das datas. Integrantes do governo negam que a operação seja qualquer forma de retaliação, lembrando que a ação da PF teve que ser adiada porque investigados estavam no exterior.

Como adiantou o Painel, da Folha, a operação deflagrada nesta quinta estava prevista para 23 de maio, mas precisou ser suspensa porque dois dos alvos estavam em Miami, nos Estados Unidos, entre os dias 16 e 28 do mês passado. Foi retomada com o retorno dos investigados ao Brasil.

A PF cumpriu na manhã desta quinta mandados de prisão e de busca e apreensão em uma investigação sobre desvios em contratos para a compra de kits de robótica com dinheiro do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação).

A apuração iniciou-se com uma reportagem da Folha publicada em abril do ano passado sobre as aquisições em municípios de Alagoas, todas assinadas com uma mesma empresa pertencente a aliados de Lira. (Do Estadão e Folha de São Paulo)

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