Flávio Dino entre os cotados do PCdoB para substituir Orlando Silva
Deu na Folha de São Paulo
Antes de o destino do ministro do Esporte, Orlando Silva, ser oficialmente selado pela presidente Dilma Rousseff, integrantes do Planalto e do próprio PC do B já discutiam, reservadamente, nomes que pudessem substituí-lo.
Nos bastidores, auxiliares próximos à presidente afirmam que ela gostaria que Orlando se antecipasse e formalizasse sua exoneração, sinal que o partido e o próprio ministro se recusavam a emitir.
Depois de uma semana de desgaste, ele se reuniu no início da noite de ontem com a presidente Dilma Rousseff.
O ministro, que se diz inocente, disse ter esclarecido a Dilma todas as acusações que tem sofrido. “Desmascarei todas as mentiras para a presidente”, disse. Após a reunião com o ministro do Esporte, Orlando Silva, o Planalto divulgou nota em que reafirmou a permanência de Orlando na pasta. A presidenta Dilma Rousseff disse que o governo “não condena ninguém sem provas e parte do princípio civilizatório da presunção da inocência”, diz a nota da Presidência.
Ao contrário da expectativa geral de que sua demissão pudesse ser oficializada ainda ontem, a equipe da presidente assegurava que o desfecho viria depois. O motivo: ela desejava se cercar de mais dados sobre o nível de irregularidade em contratos suspeitos celebrados pelo Esporte com ONGs ligadas ao PC do B.
No governo, as condições de permanência de Orlando são consideradas praticamente nulas.
Dilma determinou que a CGU (Controladoria-Geral da União) fizesse uma auditoria nos contratos do Esporte para embasar sua decisão final.
Segundo a Folha apurou, a ordem partiu de uma avaliação segundo a qual o governo teria de ter dados próprios, e não denúncias veiculadas na imprensa, para selar o destino de seu ministro. Também incomodou muito o fato de o delator de Orlando ter estourado a crise sem apresentar provas.
Nomes cotados
Caso Orlando deixe o ministério, será o sexto auxiliar de Dilma a cair, o quinto após acusações de irregularidades.
Alguns nomes já eram cogitados ontem para o cargo. Entre eles, Luciana Santos, ex-prefeita de Olinda, e os deputados federais Aldo Rebelo (SP) e Jandira Feghali (RJ), todos vistos com bons olhos pelo Planalto. Também não se descartavam Flávio Dino (PC do B-MA), presidente da Embratur, e o senador Inácio Arruda (PC do B-CE).
O vice-presidente Michel Temer trouxe à discussão o nome do ex-jogador Pelé. “Se houver substituição, é claro que o Pelé é sempre um grande nome”, disse.
Apesar das especulações, o PC do B assegurava apoio incondicional: “É uma grande armação contra Orlando”, disse o presidente do partido, Renato Rabelo. Segundo a Folha apurou, Dilma ficou irritada com recados de que a sigla aliada “iria até o fim” para manter Orlando no cargo.
Em reuniões no ministério, avaliou-se a possibilidade de o PC do B partir para cima do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), apontado internamente como o verdadeiro operador do esquema agora denunciado. O petista, que foi ministro entre 2003 e 2006, nega.
Também gerou constrangimento uma declaração do secretário-geral da Fifa, Jerome Valcke, que disse que aguardar para novembro contato com um “novo interlocutor” do governo brasileiro.
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