Flávio Dino diz que não há cepa indiana em transmissão local no Maranhão
Em reunião, na manhã desta quinta-feira (27), no Palácio dos Leões, o governador Flávio Dino esteve com representantes dos principais órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário no Maranhão. No encontro, foram discutidas e traçadas medidas conjuntas a serem adotadas para enfrentamento da Covid-19. Entre as decisões, abertura e busca por mais leitos e reforço junto às prefeituras para avanço na imunização. Documento firmando soluções conjuntas foi assinado por todas as autoridades presentes.
Dino afirmou que não há transmissão local da variante indiana no Maranhão. “Exames realizados na equipe do hospital privado que atende o paciente indiano não detectaram qualquer pessoa com a cepa indiana. Assim também no hotel com outros indianos. Assim, reiteramos que NÃO HÁ cepa indiana em transmissão local no Maranhão, no momento”, disse.
O secretário de Saúde, Carlos Lula garantiu que está descartada a suspeita de transmissão local da variante indiana no Maranhão. ” Foram rastreadas e testadas 147 pessoas, das quais 6 testaram positivo para Covid-19 e tiveram amostras enviadas ao IEC. Após análise, o Instituto detectou a P.1 como variante das amostras”.
A ocupação dos leitos foi o primeiro ponto abordado na reunião. O governador Flávio Dino informou o esgotamento da rede hospitalar – na rede pública e particular – na Ilha de São Luís e esforços dos poderes na busca de mais leitos em instituições e outras cidades do Maranhão, que possam ter disponibilidade. Nas últimas 24 horas, foram internadas 151 pessoas com coronavírus – o maior número desde o início da pandemia.
“Se esses esforços não resultarem na abertura de mais leitos na Ilha, teremos que, a partir de amanhã, começar a transportar pacientes para outras cidades do Maranhão. Nunca tivemos colapso hospitalar em nosso estado. E não teremos, em razão dessa união dos poderes”, frisou o governador Flávio Dino.
Durante a reunião foi tratado, ainda, sobre doses de vacinas já distribuídas e que não aparecem no sistema do Ministério da Saúde. Cerca de 600 mil vacinas deixaram de ser aplicadas pelos municípios. “Cria um embaraço prático para nós, pois as vacinas foram entregues e não constam como aplicadas”, frisou. O governador anunciou uma reunião para debater a situação com a Federação dos Municípios do Estado do Maranhão (Famem), Ministério Público, Defensoria Pública e Tribunal de Contas do Estado. A reunião está prevista para esta sexta-feira (28).
Sobre medidas restritivas, a definição foi que não haverá lockdown. “Chegamos a um consenso que, em curto prazo, não há espaço para lockdown. Portanto, não aprovamos essa medida, mas foi debatida. Há objetivos socioeconômicos e as instituições vão analisar sugestões que enviarão ao Governo do Estado, para outros momentos em que tenhamos que reexaminar nossos decretos, como vários estados estão fazendo”, disse o governador. As sugestões de medidas restritivas devem ser enviadas nesta sexta-feira e vão considerar as realidades de cada região.
Flávio Dino reforçou a proibição de ancoramento nos portos maranhenses do navio indiano que está atracado na costa e, também, lembrou do decreto que determina que desembarques sejam comunicados previamente à Secretaria de Estado da Saúde (SES). Seis pacientes indianos foram submetidos a teste para detectar variante da Covid-19. Os resultados devem ser divulgados ainda nesta quinta-feira. Na sexta-feira (28), haverá coletiva redefinindo as medidas em vigor.
“Estamos, há 15 meses, enfrentando o coronavírus todos os dias. E vamos continuar, mas chegamos a um patamar em que precisamos de ampla colaboração e o saldo positivo é que os poderes estão unidos para fazermos o que precisa ser feito”, declarou o governador.
Esforços conjuntos
O presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão, Lourival Serejo, destacou a união de esforços para tomar decisões. “Temos dados suficientes para tomarmos as providências necessárias. Aproveito para convocar a população para que tome consciência desse momento que estamos vivendo e que respeitem a vontade de viver do vizinho. A situação é séria e temos que estar unidos. Vamos ter cuidado com a saúde, a sua e a do próximo”, enfatizou.
O presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão (Alema), Othelino Neto, frisou o cenário preocupante e reforçou o apoio dos parlamentares para a tomada de providências. “É uma ampla mobilização de todos os poderes e órgãos constitucionais para que todos nos sensibilizemos com este momento e, assim, evitar consequências mais graves no Maranhão”, enfatizou. Ele sugeriu que sejam solicitados leitos ao Hospital Universitário, “que tem na sua estrutura a possibilidade imediata de ampliação”, a adaptação do Plano Nacional de Imunização “à realidade atual, flexibilizando, para que possa chegar mais rapidamente à população” e que as pessoas evitem aglomerações.
Já o presidente da Federação dos Municípios do Estado do Maranhão (Famem), Erlânio Xavier, citou a ocupação dos leitos na Ilha de São Luís que está acima dos 96%. “Isso é preocupante. O governador Flávio Dino já abriu leitos de UTI praticamente em todas as regionais do nosso estado e tem enfrentado o coronavírus com muita decência e muito respeito ao povo do nosso estado. Estamos sempre cobrando dos municípios para que apliquem as vacinas. O Ministério Público e o Judiciário tomarão frente e vamos chamar os prefeitos para agilizar a vacinação, que é importante”, afirmou.
O defensor Público-Geral do Estado do Maranhão, Alberto Bastos, frisou os números preocupantes e pontuou medidas. “Traçamos estratégias para melhorar a vacinação no estado. Faremos reunião com os prefeitos para tratar da temática e vistorias em unidades hospitalares da capital, para uma busca mais ativa de leitos que possam estar disponíveis à população. Estaremos em constante diálogo para que possamos, cada vez mais contribuir para que essa doença tenha a diminuição mais efetiva. Pedimos, encarecidamente, que a população use máscaras e faça o distanciamento social, que são medidas importantes para manter a saúde e a vida”, pontuou.
“É necessário que toda a população tome conhecimento do avanço da doença no Maranhão e possa, cada um, cumprir seu papel para que não se espalhe ainda mais. E não pode espalhar mais, pois os leitos estão praticamente todos ocupados. Todos estamos aqui para nos mobilizarmos, mas precisamos ter o apoio da sociedade para conter esse nível de ocupação nos hospitais do Maranhão”, ressaltou o conselheiro vice-presidente do Tribunal de Contas do Estado do Maranhão, Washigton Oliveira.
“Estamos à disposição e o faremos tudo que for possível para passarmos essa crise atual. Estamos atentos e vamos tomar todas as medidas possíveis para que possamos sair desta crise com menos mortes”, frisou o procurador-geral de Justiça do Estado do Maranhão, Eduardo Nicolau.
Participaram ainda da reunião, a subsecretária da SES, Karla Trindade; o secretário adjunto da SES, Carlos Vinicius; e o assessor especial da SES, Rodrigo Lopes.
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