Flávio Dino diz que Lula pode vencer no 1º turno e defende diálogos com MDB e PSDB
O ex-governador do Maranhão e pré-candidato a senador Flávio Dino (PSB) disse que é “alto” o risco oferecido pela extrema-direita ao processo eleitoral deste ano, mas “menor” do que esse grupo político gostaria. Em entrevista ao canal de CartaCapital no YouTube, Dino afirmou que “a própria existência do risco já é grave”, mas que “essa gente é minoritária” e não deve ser superestimada.
Dino avaliou que o contingente próximo a 30% de eleitores de Bolsonaro não corresponde a apoiadores de pautas como armamentismo e golpe. O ex-governador considera que somente uma “fração mais radicalizada e sectarizada” deve se mobilizar durante a campanha, sobretudo no 7 de Setembro.
“Eles vão fazer de novo o 7 de Setembro, mais emocionados, já vendo a derrota eleitoral se avizinhando. Serão dias atribulados, antes, durante e depois da eleição, mas não creio que eles vão ter espaço para consumar um golpe“, avaliou o pessebista. “Teremos, ao meu ver, um resultado positivo, de modo geral. Setores mais radicalizados não vão conseguir os seus objetivos.”
Para Dino, o “mundo” compreende que os militares não têm autoridade “formal” e “moral” para questionar a eleição e promover uma ruptura institucional. Além disso, o presidente Jair Bolsonaro (PL) provavelmente continuará como um “candidato a ditador”, mas segue vivendo um “isolamento inédito”.
“Ele vai tentar imitar o Trump. E o desfecho vai ser o mesmo. Assim como Trump não conseguiu nos Estados Unidos, ele não conseguirá no Brasil”, disse Dino, em referência à invasão de militantes de extrema-direita ao Capitólio, após a vitória de Joe Biden.
O ex-governador afirmou considerar a possibilidade de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vencer já no primeiro turno, mas ponderou ser necessário se preparar para o cenário de disputa no segundo turno. Em relação às alianças do petista, Dino defendeu o diálogo com partidos como o MDB e o PSDB, que, ressalta ele, compõem o sistema democrático brasileiro há décadas.
“Respeitando todo o debate sobre o passado, porque ele é legítimo e não deve ser apagado, temos que colocar na frente o que é o principal em cada momento. O principal agora é isolar o Bolsonaro, impedir o golpe e garantir que o Lula possa governar.”
A entrevista está disponível no vídeo acima. (Da Carta Capital)
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