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Flávio Dino: “Dallagnol é o pai ideológico do Bolsonaro”

Jornal GGN – O procurador da República, Deltan Dallagnol, um dos rostos mais famosos da força-tarefa da Operação Lava Jato, é considerado pelo ex-juiz e atual governador do estado do Maranhão, Flávio Dino, “o pai ideológico” do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL).

“Por representar esse discurso espetaculoso de fim do Brasil, de fim da institucionalidade, de suposta limpeza, de uma proposta higienista fanática, [Dallagnol] fez com que houvesse essa exacerbação que levasse à violência”, avaliou durante entrevista ao jornalista Luis Nassif.

Os chamados “excessos da Lava Jato”, somados a crise econômica, ajudaram a gerar, em larga parcela da população, “uma desilusão profunda” com o sistema de poderes do país, jogando também para escanteio, no imaginário popular, toda a estrutura de pesos e contrapesos, fundamental para a manutenção da democracia.

Dino frisou, também, não acreditar que os condutores da Lava Jato tivessem como objetivo a ascensão do extremismo político influenciando, assim, na chegada do deputado no segundo turno desta eleição. Bolsonaro é conhecido por defender publicamente a tortura como forma de combater inimigos políticos, já declarou que, se eleito, pretende tirar o Brasil da Organização das Nações Unidas (ONU) e, no último domingo (21), fez declarações de eliminar opositores num possível governo: “Esses marginais vermelhos serão banidos de nossa pátria”, disse para milhões de eleitores.

Dino ponderou que o discurso que coloca a força bruta no lugar das leis, como argumento para resolver os problemas do país, tem influenciando na formação de modos de comportamento coletivo.

“Se trata de um problema de ethos. É um problema de imaginário, que vai se criando, e a sociedade foi formando uma visão realmente de perseguição aos supostos inimigos da nação, e a consequência, quando você lida com o inimigo tido como irrecuperável, é exatamente esse discurso do ódio [que surge]. O medo gera ódio. E, o medo levando ao ódio, fez com que tivéssemos uma eleição presidencial totalmente contaminada nas redes [sociais] e nas ruas por um ethos anti-cristão, inconstitucional e ilegal, que é o que nós estamos vendo”, pontuou.

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