Favorita de Sarney à PGR é vista como ‘antiJanot’ no Planalto
Os principais conselheiros do presidente Michel Temer, que são do PMDB, defendem o nome de Raquel Dodge para a vaga de Rodrigo Janot à frente da Procuradoria-Geral da República.
Dodge é um dos oito nomes que disputam a indicação para a lista tríplice da Procuradoria. O mandato de Janot termina em setembro, e cabe a Michel Temer indicar o substituto.
Para o governo, Dodge é vista como um perfil “anti Janot”, e conta com a defesa junto a Temer de José Sarney, Renan Calheiros e Moreira Franco, este último ministro da secretaria-geral.
Temer, que está na Rússia, passou a discutir com seus principais auxiliares ignorar a tradição de indicar o primeiro colocado na lista tríplice da procuradoria ou até escolher um nome fora da lista.
Mas, temendo desgaste, um grupo auxiliares de Temer defende um meio termo: se Raquel Dodge se posicionar entre os três mais votados, Temer poderá adotar o discurso de que ela não foi a primeira colocada mas será a primeira mulher indicada para o comando do Ministério Público.
Mesmo para integrantes do Ministério Público, ela também é vista como anti-Janot. Interlocutores do MP disseram ao blog que ela foi crítica, por exemplo, a criação do grupo de trabalho para conduzir os trabalhos de investigação da Lava Jato.
O nome mais próximo de Janot seria Nicolao Dino (irmão do governador Flávio Dino), mas ele pediu a cassação de Temer no julgamento do TSE. Portanto, não é bem visto no Planalto.
A estratégia de ignorar a lista tríplice foi defendida por Eduardo Cunha ainda no governo Dilma. Na mira de Janot, ele discutiu o assunto com Temer e com o ex-presidente Lula.
Lula, segundo relato de Cunha a interlocutores, à época, disse ao hoje preso que só indicou o primeiro da lista porque era pressionado pelos sindicatos – e que Dilma não precisava fazê-lo. A ex-presidente, no entanto, seguiu a tradição e reconduziu Janot. (Blog Andréia Sadi)
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