Do blog do Robert Lobato

O professor Manoel Carlos Bordalo, engenheiro químico e especialista em gerência petroquímica, está de volta a São Luís e já chega causando polêmica.

Um dos primeiros críticos sobre a forma como vem sendo “vendida” para a população maranhense os benefícios da implantação da Refinaria Premium da Petrobras em Bacabeira (reveja aqui), Bordalo agora volta o seu olhar crítico para o Espigão Costeiro da Ponta D’Areia, construído pelo governo do Estado.

Para o Engenheiro Químico (foto ao lado), e um dos elaboradores do projeto de Perenização das Águas da Baixada no governo Jackson Lago, reduzido pelo atual governo a simplesmente um projeto de “Diques”, o Espigão não irá cumprir em nada o que vem sendo dito pelas autoridades do governo.

“Estão enganando a população quanto ao Espigão da Ponta D’Areia, pois não trará qualquer benefício para o ecossistema da ilha e muito menos evitar o mal cheiro da Lagoa da Jansen. Esse Espigão é uma obra que cumpre apenas um grande objetivo que é favorecer o porto da Vale e só”, afirma Bordalo.

O especialista lembra que, quando prefeito, o ex-secretário de Turismo, Tadeu Palácio, recebeu vários dirigentes e técnicos da Vale que na época apresentaram um levantamento técnico para a construção do Espigão Costeiro da Ponta D’ Areia. Para Bordalo, isso comprova que o Espigão tem sua concepção de beneficiar a Vale desde quando foi concebido.

“Em 2004, se não me trai a memória, o então prefeito Tadeu Palácio recebeu no seu gabinete alguns diretores e técnicos da Vale, onde foi apresentado um projeto de viabilidade desse espigão que, entre outras coisas, serviria para conter o avanço do banco de areia e evitar o assoreamento da foz dos rios Anil e Bacanga. Tudo balela, já enterraram 12 milhões de reais e até agora o único resultado prático que se viu, foi a destruição das vias de acesso ao projeto pelas marés de sizígia e a morte de alguns inocentes. Aliás, as correntes marinhas foram alteradas o que pode causar outros fenômenos”, assegura.

‘Espigão da Morte’

O Espigão Costeiro, inaugurado recentemente pela governadora Roseana Sarney, num investimento de cerca de R$ 12 milhões, foi construído pelo governo do Estado para dar fim a erosão na área da Ponta d’Areia, além de recompor a faixa de praia e desassorear o canal de navegação. No entanto, a obra não tem evitado a destruição provocada pelas ondas fazendo crescer a erosão e provocando prejuízo ambiental em toda esta área da Ponta d’Areia.

Na opinião da professora de Geografia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Ana Rosa, nada vai impedir as erosões se não for feito um trabalho planejado na área onde estão localizados os prédios e construções da região mais cara da cidade. Ou seja, nas entrelinhas a especialista disse que a concepção técnica do projeto do governo foi elaborada de forma equivocada e fora dos padrões.

Construído com o intuito de alavancar a candidatura do secretário de Estado de Infraestrutura, Max Barros, a prefeitura da capital, o Espigão Costeiro tem sido inútil e local de diversas mortes em São Luís. Por isso já ganhou o título da população de ‘Espigão da Morte’ de Roseana.

Nota (21h20): A matéria acima, com acréscimos deste blog, é do blog do colega Robert Lobato e não do blog Acorda Alice, como anteriormente mencionamos. Pedimos desculpas.