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Entenda o que pode acontecer com Lula, após a prisão

Após a prisão, o Supremo Tribunal Federal ainda pode decidir sobre uma eventual soltura de Lula?

Sim. Um pedido de liminar, nas mãos do ministro Marco Aurélio Mello, deve ser apreciado pelo plenário da Corte na próxima quarta-feira.

Esse pedido de liminar diz respeito apenas ao caso de Lula?

Não. É um pedido para que o Supremo permita a prisão apenas após condenação no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Os advogados que entraram com a ação representam o Partido Ecológico Nacional, autor de uma das Ações Declaratórias de Constitucionalidade (ADCs) sobre o tema que tramitam na Corte. A ADC pede que o Supremo pacifique a tese de que ninguém pode ser considerado culpado antes de esgotados os julgamentos em todas as instâncias.

Por que o pedido de prisão de Lula foi determinado na última quinta-feira?

Em entrevista concedida neste sábado, o juiz Sergio Moro afirma que “não via razão para adiar mais”. Na decisão que determinou a prisão, o magistrado sustentou que o chamado “embargo dos embargos”, recurso que seria apreciado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), não alteraria o seu julgamento, portanto a condenação não poderia mais ser alterada em segunda instância.

O que determina a sentença de Moro?

A condenação determina que Lula deve cumprir pelo menos um sexto da pena em regime fechado — o que equivale, com base na sentença do caso tríplex, a dois anos de prisão. Depois, é possível pedir progressão de regime para semiaberto e aberto. No entanto, Lula pode ficar em liberdade caso o STF mude o entendimento sobre prisões em segunda instância.

O que o Supremo Tribunal federal decidiu na quarta-feira?

O STF rejeitou, por 6 a 5, o habeas corpus preventivo para o ex-presidente. A ministra Rosa Weber, cuja posição era considerada o fiel da balança de um plenário dividido, manteve o entendimento, consolidado no Supremo desde 2016, pela prisão após condenação em segunda instância.

O petista terá condições especiais de prisão por ser ex-presidente?

Sim. O juiz Sergio Moro determinou que o presidente se instalasse em uma sala reservada, espécie de “sala de Estado Maior”, na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. Ele está separado dos demais presos, “sem risco para a integridade moral ou física”. Sem curso superior, Lula não tem direito à prisão especial. Já houve casos de ex-governadores que tiveram tratamento semelhante no momento da prisão.

Lula ainda poderá concorrer à Presidência da República?

Depende. Pela Lei da Ficha Limpa, uma condenação de um órgão colegiado, como o TRF-4, torna o candidato inelegível. Mas o ex-presidente ainda pode recorrer ao STJ e ao STF para tentar obter uma liminar. E, mesmo inelegível, ele pode pedir o registro de candidatura e fazer campanha até o TSE decidir. (O Globo)

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