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Enfim, Sarney falou uma verdade

Da coluna Abaporu (Ecos das Lutas)

Em entrevista ao jornal Correio Braziliense, amplamente repercutida na blogosfera maranhense, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB/AP), 81 anos, entoou sua versão para a História recente do Brasil.

Como que inspirado no ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que desfraldou uma campanha de marketing em torno da comemoração de seus 80 anos para repaginar sua imagem pública, Sarney tenta se reapresentar à História sob versões que, seguramente, a análise científica apurada não demorará em apontar a inconsistência de suas afirmações. Bastará ler os jornais da época, verificar os anais do Poder Legislativo.

Mas, dentre tantas mentiras, surge uma verdade: “(…) este será meu último mandato. Não concorrerei a uma eleição”.

Sim, enfim, nessa entrevista cheia de patranhas, Sarney não fez gabolice sobre seu futuro eleitoral. Sarney não concorrerá a nova eleição.

Não porque não queira, mas porque as condições políticas o impedem. Tanto no Amapá quanto no Maranhão.

Aqui, não se elege a nada desde 1978 e, em 2014, só haverá uma vaga ao Senado, certamente reservada para sua filha disputar. No Amapá, o povo cansou de Sarney. Lá, a família Capiberibe (Camilo, o filho, governador; João, o pai, senador; e Janete, a mãe, deputada federal – todos no PSB) e a liderança ascendente Randolfo Rodrigues (PSOL) estrangulam qualquer pretensão do velho morubixaba. As sete vidas de gato (ou seria de camaleão, mesmo?) vão chegando ao fim; seja pela idade, seja pela impossibilidade de se reinventar através dessas lorotas que conta sobre si.

Já vai tarde!

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