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Eliziane Gama perdeu o rumo

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POR NONATO REIS (jornalista)

Fico com a sensação de que a campanha de Eliziane Gama entrou num beco sem saída, por erro dela própria. Não sei de quem partiu a ‘brilhante’ ideia de colocá-la numa roda de entrevista com estudantes. Nela, a candidata responde perguntas fora de lugar e com abordagem ainda pior.

Questionam Eliziane sobre o apoio de Castelo a sua candidatura. Equivale a levantar a bola para os adversários. Se a pergunta é indevida, a resposta de Eliziane é evasiva. Ela diz que o apoio de Castelo se deve à forma correta com que fez oposição a sua gestão. Primeiro, isso soa dissonante para alguém que classificava a gestão tucana como “caostelo”. Depois, já que tascaram a pergunta, o certo seria Eliziane explicar por que aceitou fazer aliança com alguém de quem ela queria distância, e não inverter o polo da equação.

Depois, soltam outra pérola.

Querem saber por que Eliziane apoiou o impeachment. Não se ressuscita defunto, ainda mais quando isso apenas serve para jogar gasolina no braseiro. Até o opositor mais ferrenho do PT concorda que o impeachment é um tema explosivo, marcado por ódio entre as partes. Quem precisa de votos não briga com eleitor, seja ele de qual matriz for. Eliziane, como alguém ejetado do mundo da lua, explica que votou a favor do impeachment para não atrapalhar as investigações. Dá para entender? Afinal, ela tinha convicção do crime de Dilma ou não?

No resumo da ópera, quem tem Eliziane como adversária não precisa se esforçar por encontrar seus pontos vulneráveis. Ela própria os expõe.

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