Economistas pioram previsão para PIB e inflação, e juros mais altos
O Globo – Depois de o Banco Central elevar a taxa básica de juros a 13,25% ao ano na semana passada, economistas de instituições financeiras passaram a ver maior aperto monetário neste ano, mesmo em um cenário de atividade econômica cada vez mais em deterioração.
Pesquisa Focus, feita semanalmente pelo BC e divulgada nesta segunda-feira, aponta que a expectativa para a Selic agora é de que termine 2015 a 13,50%, ante 13,25% anteriormente, na primeira elevação após quatro semanas sem alterações.
A perspectiva de aperto monetário maior ocorre apesar da piora na perspectiva para a atividade econômica. A pesquisa Focus aponta agora contração de 1,18% do Produto Interno Bruto em 2015, ante queda 1,10% prevista na semana anterior. Para 2016 a previsão de crescimento foi mantida em 1%.
Já em relação à inflação os economistas consultados ajustaram a perspectiva para a alta do IPCA a 8,26% no fim deste ano, 0,01 ponto percentual a mais do que na pesquisa anterior, com os preços administrados a 13,05%, 0,05 ponto a menos. Para o ano que vem, a projeção para a inflação é de 5,6%, sem alterações, com os administrados a 5,76%, ante 5,71% antes.
ATA VAI CALIBRAR PROJEÇÕES
Os especialistas consultados mantiveram a perspectiva de que a taxa básica de juros será elevada novamente em junho em 0,25 ponto, a 13,50%, mas deixaram de ver que ela sofreria um corte na mesma proporção em novembro, como viam até a semana anterior.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC decidiu na semana passada manter o ritmo de aperto monetário e elevar a taxa básica em 0,50 ponto percentual, mantendo em aberto os próximos passos. Os especialistas aguardam agora a divulgação da ata da reunião na quinta-feira para calibrar suas projeções.
Com essa alteração, a perspectiva se alinha ao do Top-5 de médio prazo, com as instituições que mais acertam as projeções, que há três semanas vê a Selic a 13,50% no fim de 2015.
Para 2016, permaneceu inalterada a expectativa dos especialistas consultados de que a Selic encerrará o ano em 11,50%, bem como a do Top-5 de que a taxa ficará em 12%.
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