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Flávio Dino falta a sessão na Câmara e presidente de comissão indica que pode pedir impeachment do ministro

O ministro da Justiça Flávio Dino faltou ao interrogatório da Comissão de Segurança da Câmara dos Deputados para o qual havia sido convocado, nesta terça-feira. Dino justificou a ausência com um ofício enviado meia hora antes do início da sessão informando que não iria por causa da operação “Bad Vibes”, que cumpre mandados de prisão e de busca e apreensão em combate à exploração sexual de crianças e adolescentes, em 12 estados, nesta manhã. Com cem convites e convocações, o ministro pediu para que uma nova data seja remarcada em uma Comissão Geral no plenário.

Presidente da Comissão de Segurança, o deputado Sanderson (PL-RS) reagiu à ausência e afirmou que “tomará as providências cabíveis”, o que pode significar um pedido de impeachment do ministro. Apenas deputados bolsonaristas compareceram à sessão. Em suas considerações, os deputados de oposição atacaram uma possível indicação de Dino ao Supremo Tribunal Federal (STF):

— Nós não estamos brincando com a segurança pública. Dino devia estar aqui ao meu lado. Se alguns agentes públicos brincam de ser gestores, outras pessoas querem trabalhar. Ele não tem que escolher onde será ouvido, tem que vir e não ser covarde. Ele cometeu um crime de responsabilidade e precisa ser punido, mesmo que renuncie. Não aceitaremos o deboche desse sujeito com a Câmara. Quem tem medo não pode ocupar função pública, é um absurdo que este homem sonhe com o STF — afirmou Sanderson. De acordo com ele, outros dois requerimentos para convocação de Dino devem ser votados em breve.

O objetivo da convocação era de que o ministro prestasse esclarecimentos sobre a distribuição orçamentária de sua pasta. O bolsonarista Junio Amaral (PL-MG) foi quem solicitou a ida. Em suas redes sociais, Dino chegou a divulgar os trabalhos da operação integrada que acontece nesta manhã.

“Sob coordenação do nosso Laboratório de Operações Cibernéticas (CIBERLAB), em conjunto com as Polícias Civis de 12 estados, está ocorrendo a operação “Bad Vibes”, voltada ao cumprimento de mandados de prisão e de busca e apreensão como parte de esforço diário no combate à exploração sexual de crianças e adolescentes.No Brasil, a pena para quem armazena esse tipo de conteúdo varia de 1 a 4 anos de prisão; de 3 a 6 anos para quem compartilhar; de 4 a 8 anos de prisão para quem produz conteúdo relacionado aos crimes de exploração sexual”.

Bolsonaristas reagem

O deputado Sargento Fahur (PSD-PR) também comentou a ausência:

— Todos nós, deputados, nos preparamos para esta sessão. Mas, este homem não teve a dignidade de nos avisar antes que não viria. É muito desrespeito desse mentiroso e covarde. Já o desafiei a vir buscar a minha arma, mas ele nunca veio. É assim que funciona. Eu gostaria de perguntar a ele o porquê dele usar a Polícia Federal apenas para perseguir adversários — disse.

A deputada Julia Zanatta (PL-SC) disse que Dino desrespeitou o parlamento.

— Ele deixa claro com esta atitude que a segurança pública está entrega. O ministro tem que virar homem — disse.

Já o deputado Delegado Da Cunha (PP-SP) afirmou que Dino praticou crime de responsabilidade ao não comparecer à Comissão de Segurança e colocou em xeque uma eventual indicação para o Spuremo Tribunal Federal (STF).

— Um homem que exerce este cargo e pretende ser ministro do Supremo Tribunal Federal não pode ter medo de ser sabatinado. Aliás, Dino, caso você siga adiante com este sonho, precisará ser ouvido por esta Casa.

Nikolas Ferreira (PL-MG) afirmou que a ausência de Dino veio acompanhada de um “deboche”.

— Dino é um palhaço de uma piada só, ele perdeu a graça. Quando foi convocado, a esquerda se insurgiu dizendo que ele ia ‘deitar e rolar’ em cima dos bolsonaristas. Tá aí quem é o Dino, um sujeito que se acovarda. Cadê o “grandão?” — afirmou.

Evair de Mello (PP-ES) ironizou a postura de Dino.

— Quando pode, nas redes sociais, ele se porta como um leão, é valente. Mas, quando está no Congresso, é um gatinho que mia fino e mente. Dino usa seu cargo para interferir na política brasileira. Ele fugiu da CPMI do Dia 8 — disse.

O Ministro da Justiça é alvo de 71 requerimentos que pedem audiências com a sua presença. De acordo com o Ministério da Justiça, a operação desta terça cumpriu 12 prisões em flagrante em Sergipe, Santa Catarina, Espírito Santo, Pará, Ceará, São Paulo, Paraná, Goiás. As cinco prisões temporárias foram realizadas no Piauí. (O Globo)

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