Dino cobra de Bolsonaro pronunciamento contra a violência política
O ex-governador Flávio Dino (PSB), pré-candidato ao Senado pelo Maranhão, cobrou um pronunciamento de Jair Bolsonaro (PL) sobre o assassinato de um militante petista por um bolsonarista em Foz do Iguaçu (PR).
“É dever do presidente da República se dirigir IMEDIATAMENTE aos seus seguidores reprovando o uso de armas e a violência nas eleições. Essa é a fronteira entre o Chefe da Nação e um reles chefe de facção”, afirmou Dino.
Dino falou ainda que “a Justiça Eleitoral, o Ministério Público e as polícias estão diante de um gigantesco desafio: ajudar a garantir que a violência política, espraiada pelo bolsonarismo armamentista, não destrua a democracia brasileira”.
Marcelo Arruda, ex-candidato a vice-prefeito na chapa do PT de 2020 , foi alvo de um simpatizante de Jair Bolsonaro, conforme acusa o partido, que divulgou nota sobre o caso na manhã deste domingo.
O GLOBO teve acesso ao Boletim de Ocorrência registrado na 6ª Subdivisão Policial de Foz de Iguaçu. No texto, os policiais narram que chegaram ao local e encontraram as vítimas caídas no chão. As testemunhas, todas presentes à festa de aniversário, contaram aos agentes que Jorge José da Rocha Guaranho chegou ao local em seu carro, onde também estavam sua esposa e sua filha, uma criança de colo. Ao descer do veículo com arma em mãos, ele gritou “Aqui é Bolsonaro” na direção das pessoas.
Cerca de 20 minutos depois, Guaranho retornou, dessa vez sozinho, e ainda armado. Neste momento, tanto Marcelo Arruda quanto a sua esposa se identificaram mostrando seus distintivos, de guarda municipal e policial civil, respectivamente, além de suas próprias armas funcionais. Ainda assim, Guaranho disparou dois tiros em Marcelo, que revidou com disparos. Os dois foram encaminhados para o hospital, mas Marcelo não resistiu. Ao contrário do que foi informado anteriormente pela polícia, o agente penal Jorge José não morreu e está no hospital sob custódia. Seu estado de saúde é estável.
O Hospital Municipal de Foz do Iguaçu confirmou que Guaranho encontra-se internado na unidade. Ainda segundo o BO, os responsáveis pela sede do evento se comprometeram a disponibilizar as imagens das câmeras de monitoramento.
A Secretaria da Segurança Pública do Paraná informou, em comunicado, que a Polícia Civil investiga a morte de Arruda.
“Ele o policial penal federal Jorge Jose da Rocha Guaranho se desentenderam durante a festa de aniversário de Arruda. Os dois acabaram baleados, Guaranho segue internado em estado grave. Imagens estão sendo analisadas e testemunhas sendo ouvidas. A Polícia Científica está atuando no procedimento pericial que auxiliará para que os fatos sejam esclarecidos e o Inquérito Policial relatado e encaminhado à justiça”, acrescentou.
Bolsonaro responde
O presidente Jair Bolsonaro (PL) se manifestou, na noite deste domingo, a respeito do guarda municipal Marcelo Arruda, militante petista morto a tiros ao comemorar seu aniversário com uma festa de aniversário com o tema do PT, em Foz do Iguaçu. No Twitter, Bolsonaro pediu para que, “independente das apurações”, os seus eleitores que apoiarem “quem pratica violência contra opositores mude de lado e apoie a esquerda”.
Na mensagem, o presidente condenou o caso, mas culpou a esquerda por incentivar a violência.
Arruda foi morto após o agente penal Jorge José, simpatizante de Bolsonaro, ter interrompido a festa de aniversário do petista e atirar contra ele. O caso aconteceu na madrugada deste domingo. O guarda municipal reagiu ao ataque e atirou contra José, que, segundo a Polícia Civil do Paraná, está no hospital sob custódia.
“Independente das apurações, republico essa mensagem de 2018: Dispensamos qualquer tipo de apoio de quem pratica violência contra opositores. A esse tipo de gente, peço que por coerência mude de lado e apoie a esquerda, que acumula um histórico inegável de episódios violentos”, escreveu Bolsonaro, que completou: “É o lado de lá que dá facada, que cospe, que destrói patrimônio, que solta rojão em cinegrafista, que protege terroristas internacionais, que desumaniza pessoas com rótulos e pede fogo nelas, que invade fazendas e mata animais, que empurra um senhor num caminhão em movimento”.
No texto que divulgou nas redes sociais, o presidente afirmou que são esses casos que incentivam a violência, e não “força de expressão” mal utilizada. Em ocasiões passadas, Bolsonaro já fez declarações que também incentivavam o discurso de ódio, como quando disse que ia “fuzilar a petralhada”, em um evento de campanha em 2018. Ele, depois, se justificou dizendo que havia sido mal interpretado.
“Falar que não são esses e muitos outros atos violentos, mas frases descontextualizadas que incentivam a violência é atentar contra a inteligência das pessoas. Nem a pior, nem a mais mal utilizada força de expressão, será mais grave do que fatos concretos e recorrentes”, escreveu.
Por fim, Bolsonaro pediu que as autoridades investiguem o caso e tomem as providências cabíveis:
“Que as autoridades apurem seriamente o ocorrido e tomem todas as providências cabíveis, assim como contra caluniadores que agem como urubus para tentar nos prejudicar 24 horas por dia”.
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