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Dinho Ouro Preto diz que sofreu represálias após polêmica com Sarney no Rock in Rio

Em entrevista ao site RollingStone antes de subir pela quarta vez ao palco do Rock in Rio, o vocalista da banda Capital Inicial, Dinho Ouro Preto falou sobre o episódio que ocorreu no dia 24 de setembro de 2011, quando durante apresentação também no mesmo evento criticou a oligarquia comandada pelo senador José Sarney no Maranhão.

Dinho x Sarney“Aquilo não estava muito planejado. ‘Que País É Este?’ nem estava no nosso repertório. Aquele discurso é curioso porque se perdeu um pouco no meio da confusão. A reação da plateia foi com uma veemência tamanha que as pessoas mal ouviram o que eu disse na hora”, lembra o vocalista.

A indignação de Dinho Ouro Preto foi acompanhada em coro pela imensa platéia que prestigiou o show naquele ano. “Ei Sarney, vai tomar no c…!!!”, gritaram mais de cem mil pessoas. O senador foi alvo dos mesmos protestos no show do Detonautas no Rock in Rio e nas apresentações das bandas Jota Quest e RPM, na Lagoa da Jansen em São Luís. Virou rotina.

“Na verdade eu me queixava de como é que uma oligarquia, no caso a maranhense, conseguia censurar um dos maiores jornais de São Paulo que é o Estado de S. Paulo. Na verdade eu estava falando sobre isso. Aí começou uma xingação generalizada, mas em nenhum momento saiu um palavrão da minha boca”, explica Dinho, que sofreu represálias do ex-presidente. “A primeira reação dele foi bastante estúpida (risos). Ele fez um discurso lá na Assembleia do Maranhão contra o que eu tinha dito, e eu fui considerado persona non grata em São Luís.”

“Depois acho que alguém disse a ele o que eu tinha dito de verdade e ele me mandou uma carta aqui para casa, na qual se dirigiu a mim como ‘ilustríssimo artista’, dizendo que eu tinha cometido uma injustiça e se autoproclamou quase um paladino da liberdade de expressão. Inclusive mandou um discurso que ele teria proferido no Senado no auge dos anos de chumbo durante o governo do Médici – justamente em relação à liberdade de expressão e que envolvia justamente o Estado de S. Paulo. Ou seja, ele estava querendo se pintar com as cores de um cara bastante liberal, e quem conhece a história brasileira sabe que as coisas não são bem assim.”

Mas Dinho garante que tudo isto acontece de improviso. “Quando você se vê naquele palco você sabe que é importante, que tem uma visibilidade muito grande, e grande parte do que é ensaiado, do que é preparado, que você acha que você vai dizer, na hora não sai como previsto. É mais ou menos como o que dizem sobre as guerras: você sabe como começam, mas não sabe como acabam.”

Relembre a cena do Capital Inicial em 2011, a partir do terceiro minuto:

http://youtu.be/2KBlwISvs5M

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