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Dilma perde apoio de João Alberto; Lobão e Rocha mantêm posição

O Senado decidiu na madrugada desta quarta-feira (10) que a presidente afastada, Dilma Rousseff, vai a julgamento na Casa.

Foram 59 votos favoráveis e 21 contrários, sem nenhuma abstenção. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), não votou. Era preciso maioria simples (mais da metade dos senadores presentes) para que o parecer do relator Antonio Anastasia (PSDB-MG) fosse aprovado.

Dilma perdeu o apoio do senador João Alberto (PMDB-MA), aliado do ex-presidente José Sarney. Em maio, quando o Senado decidiu pelo afastamento da presidente, ele votou contra a abertura do processo. Os outros senadores maranhenses, Edison Lobão (PMDB) e Roberto Rocha (PSB) mantiveram sua posição contra Dilma.

Além dele, os outros três votos contra Dilma, além dos 54 obtidos na abertura do processo, são dos senadores Eduardo Braga (PMDB-AM) e Jader Barbalho (PMDB-PA), que não votaram na primeira fase, e o senador Pedro Chaves (PSC-MS), suplente do senador cassado Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) –este último não votou em maio porque ainda não havia tomado posse.

O resultado, que saiu à 1h30, indica ser muito difícil Dilma conseguir barrar o impeachment na votação final, que deve ter início por volta do dia 25. Nesta ocasião, a petista perderá definitivamente o mandato caso pelo menos 54 dos 81 senadores votem nesse sentido.

A sessão começou às 9h44 da terça (9) e foi comandada pelo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski.

Nas últimas votações, três destaques apresentados por aliados de Dilma, em que pedem a análise individual das acusações contra a petista, não foram aprovados, e o parecer de Anastasia se manteve na íntegra.

Dilma é acusada de editar três decretos de créditos suplementares sem aval do Congresso e de usar verba de bancos federais em programas que deveriam ser bancados pelo Tesouro, as chamadas “pedaladas fiscais” –quando foram quitadas, em 2015, o valor pago foi de R$ 72,4 bilhões.

Caso a petista seja destituída, assume de forma efetiva o hoje interino Michel Temer, 75, o que coloca o PMDB no poder pela terceira vez em sua história, nenhuma delas pelo voto direto –José Sarney (1985-1990) e Itamar Franco (1992-1994) também eram vices.

Temer assumiu a Presidência da República interinamente em 12 de maio, quando o Senado decidiu afastar a petista. (Folha de SP)

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