Fechar
Buscar no Site

Dilma conclui reforma que fortalece o PMDB

BRASÍLIA – Após ampliar o seu peso político no governo, o PMDB passou a defender publicamente a recriação da CPMF. As declarações favoráveis ao novo tributo começaram ontem, assim que a presidente Dilma Rousseff encerrou o seu anúncio sobre a nova configuração da Esplanada dos Ministérios.

Com as mudanças anunciadas ontem pela presidente Dilma Rousseff, o PMDB manteve as sete pastas recebidas no início do mandato, mas ganhou ministérios com mais peso, como o da Saúde, que tem o maior orçamento do governo.

O PT viu o seu número de cadeiras reduzir de 13 para 9. Todos os demais partidos da mantiveram a sua cota, exceto o PSD, que perdeu a Secretaria da Micro e Pequena Empresa. O ministro Guilherme Afif, porém, era visto como uma indicação pessoal de Dilma.

Presidente Dilma Rousseff anuncia Reforma Ministerial, no Palácio do Planalto.

Presidente Dilma Rousseff anuncia Reforma Ministerial, no Palácio do Planalto.

O movimento a favor da contribuição foi puxado pelo novo ministro da Saúde, Marcelo Castro. Indicado pela bancada do PMDB na Câmara, Castro afirmou que a CPMF “é o melhor imposto que existe” e argumentou que, apesar de todo tributo “ser impopular”, as pessoas mal iriam sentir o seu impacto no fim do mês. “Eu acho que esse é um sacrifício que a sociedade brasileira, se souber que os seus recursos estão sendo bem aplicados, irá contribuir.”

Até o início desta semana, o PMDB era o principal empecilho no Congresso para o Planalto levar adiante sua proposta de aumentar tributos como forma de equilibrar as contas públicas, que têm déficit de R$ 30,5 bilhões previsto para 2016.

O peemedebista defendeu ainda que o imposto deveria ser permanente e sugeriu uma fórmula excêntrica em que a taxa seria cobrada “tanto no crédito quanto no débito”. Na prática, a sua proposta é a de que o tributo seja cobrado tanto de quem efetua uma transação econômica como de quem recebe um depósito financeiro. “Nossa proposta é continuar com a mesma alíquota de 0,20% e arrecadar o dobro. Vamos cobrar no débito e no crédito”, disse. “Se João paga R$ 1 mil a Pedro, saem R$ 1.002 da conta de João e entram R$ 998 na conta de Pedro”, disse.

O líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ) foi o responsável em negociar com Dilma as indicações dos nomes para a Esplanada. Ontem, Picciani afirmou que vai trabalhar para aprovar o tributo o quanto antes. “A situação pela qual passa o País impõe a aprovação de alguma medida que resolva esse problema. A CPMF é a mais adequada. Se houver outra alternativa, vamos para a alternativa, mas o plano é a CPMF”, disse. Ao Estado, ele havia dito apenas, em entrevista publicada domingo passado, que considerava o tributo “justo”, sem avançar na defesa de sua aprovação. Para o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), o movimento que a presidente fez para aumentar a participação do PMDB da Câmara na Esplanada deve ajudar a aprovação do novo tributo.

Campanha. Ontem, após a cerimônia, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), reuniu-se com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e depois almoçou no Palácio da Alvorada com a presidente Dilma. Em conversa com a reportagem após as reuniões, declarou que “qualquer incremento” de arrecadação para os Estados é bem-vindo. Segundo ele, um grupo de pelo menos 20 governadores trabalha para que seja apresentada uma emenda ao texto da proposta de emenda à Constituição (PEC) enviada ao Congresso com o objetivo de aumentar a alíquota da CPMF de 0,20% para 0,38% para que Estados e municípios também sejam beneficiados.

O conteúdo deste blog é livre e seus editores não têm ressalvas na reprodução do conteúdo em outros canais, desde que dados os devidos créditos.

mais / Postagens