Deputado André Fufuca defende Revalida para médicos estrangeiros
O deputado estadual André Fufuca (PSD), em pronunciamento feito na sessão desta segunda-feira (13), defendeu que seja feita a revalidação do diploma para médicos cubanos que venham a exercer a profissão no país. É intenção do governo autorizar a vinda ao Brasil de 6.000 médicos formados em faculdades cubanas, sem revalidação do diploma estrangeiro.
Ele classificou a medida do governo como ilegal, já que hoje os médicos formados no exterior que desejam atuar no Brasil precisam fazer o Revalida, uma prova de revalidação do diploma.
“Seis mil cubanos podem vir ao nosso país sem a revalidação do diploma para suprir a falta de médicos no interior da nossa nação. Eu acredito que a razão que leva grande parte dos médicos a não se fazer presente em muitos municípios do nosso país, em muitos municípios distante, não é a questão da nacionalidade, mas sim o que bloqueia muito a ida desses médicos é o investimento na estrutura de muitos desses municípios”, disse André Fufuca.
No ano passado, 182 profissionais que estudaram em faculdades cubanas se inscreveram para revalidar seus diplomas no Brasil, e apenas 20 foram aprovados. Em 2011, dos 140 inscritos, quinze passaram. O total de médicos com diplomas estrangeiros inscritos para a revalidação em 2012 foi de 884, dos quais 77 foram autorizados a atuar no País.
O governo brasileiro anunciou que se prepara para trazer cerca de 6.000 médicos cubanos para trabalhar no interior do Brasil. O anúncio foi feito no inicio do mês pelo ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, depois de um encontro com o chanceler de Cuba, Bruno Rodriguez. Patriota afirmou que a medida será tomada devido ao déficit de profissionais de medicina no Brasil. A intenção do governo é levar os cubanos para trabalhar em cidades do interior do Brasil onde hoje não há atendimento e onde os médicos do País não querem trabalhar. O Conselho Federal de Medicina (CFM) já posicionou-se contrariamente ao anúncio do governo federal de contratação de 6 mil médicos cubanos para trabalharem no Brasil.
Estrutura
De acordo com André Fufuca, dos quase 7.000 médicos estrangeiros que revalidaram diplomas no Brasil nos últimos dez anos, 42% estão no estado de São Paulo.
“De milhares de médicos que passam, eles ficam grande parte nos grandes centros urbanos, e não será apenas trazê-los aqui que os fará ir em direção a esses municípios, esses povoados, há de haver investimento, tem que ter incentivo para o médico que se forma ir para o interior. Você pergunta: você é contra? Não sou contra de maneira alguma. Sou a favor. Quanto mais, melhor, mas que venha com revalidação porque o que não se pode fazer é rasgar a Constituição como está sendo falado. Até porque é uma norma federal, está na Constituição: ‘Todos aqueles que possam vir de outros países ao nosso país têm que fazer a prova de revalidação do diploma’”, disse André Fufuca.
De acordo com os números citados pelo parlamentar, o Brasil forma aproximadamente 15 mil médicos por ano, totalizando cerca de 400 mil médicos no país; é o segundo país no planeta em formação de médicos. O Maranhão tem um número pequeno de médicos por habitantes: possui em torno de 7.800 médicos com CRM e uma população de seis milhões e 800 mil.
“Eu ouvi dizer que trarão médicos da Europa, mas eu acredito que os cubanos e os bolivianos até conheçam nossa realidade, pois o clima é parecido e o continente é o mesmo, mas duvido muito que os europeus virão ao nosso país, principalmente porque lá o clima é diferente, as doenças são diferentes das doenças tropicais. O que tem que existir é incentivo para que estes médicos possam ir ao interior, estrutura para que eles possam trabalhar com dignidade. o que estão tentando passar? Que esses médicos viram para atender a população pobre. E não é bem isso, não é bem isso, 90% desses médicos que fazem a revalidação do diploma, não passaram na prova”, concluiu Fufuca.
O conteúdo deste blog é livre e seus editores não têm ressalvas na reprodução do conteúdo em outros canais, desde que dados os devidos créditos.