Depois de provocado pelo blog, promotor Fernando Barreto solicita informações sobre licenciamento da Via Expressa
Um dia antes da assinatura ordem de serviço para a construção da Via Expressa, já batizada nas redes sociais de avenida shopping by shopping (haja vista que interliga os shopping dos Sarney’s), o blog postou uma matéria denunciando (reveja aqui) que a Via Expressa poderia mandar para o espaço o bairro do Vinhais Velho, onde se encontra a Igreja de São João Batista (segunda mais antiga da capital), tombada pelo Estado e que surgiu na época da fundação de São Luís a partir de uma aldeia indígena.
Informamos também que a Via Expressa rasgaria ao meio o Parque Ambiental Santa Eulália. A reserva, cuja área foi criminosamente devastada no final da década de 80 pelo então governador Epitácio Cafeteira com a promessa de construir casas populares, teve de ser reflorestada após fortes manifestações de ambientalistas, por ser uma das principais áreas de recarga de águas pluviais da cidade.
Até então esses detalhes do projeto da Via Expressa não tinham sido questionados pelas autoridades de fiscalização locais. Por conta disso, cobramos do Ministério Público e do promotor Fernando Barreto um posicionamento acerca de tais impactos ambientais já citados.
Pois bem, ontem o Ministério Público estadual, através justamente do promotor de Justiça Fernando Cabral Barreto, titular da Promotoria Especializada na Proteção do Meio Ambiente, Urbanismo e Patrimônio Cultural, solicitou informações ao secretário de Infraestrutura, Max Barros, sobre o licenciamento da Via Expressa.
Por meio do ofício nº 211/2011, expedido em 26 de julho, o promotor solicita as seguintes informações da Secretaria de Estado da Infraestrutura: cópias das licenças prévia e de instalação emitidas pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente; Planos Básicos Ambientais (PBAs) que contemplam as medidas mitigadoras e compensatórias determinadas pelo órgão ambiental em face da intervenção em áreas de preservação permanente; Plano de Compensação Ambiental pelos danos ambientais irreversíveis causados pela obra; Consulta formulada ao Município sobre a conformidade da obra com as diretrizes do Plano Diretor.
O promotor do meio ambiente solicita ainda os projetos complementares, especialmente os de terraplanagem, do trecho que atravessa o bairro do Vinhais Velho, onde se encontra a Igreja de São João Batista, tombada pelo Estado do Maranhão, informando, em detalhes, qual a distância que terá a Via Expressa da Igreja e do Largo de São João Batista, e quais as medidas de segurança previstas para evitar acidentes com esse bem tombado durante a movimentação de máquinas e realização de aterro.
O prazo para a Secretaria de Infraestrutura responder é de 15 dia conforme determina a lei. Diante da atitude tomada parabenizamos o MPMA e o promotor Fernando Barreto por terem se pronunciado quanto as aberrações ao meio ambiente que o projeto de construção da Via Expressa, como foi concebido inicialmente, causará.
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