Delegados pedem saída de Aluísio Mendes e negam que estejam atendendo interesses de Raimundo Cutrim
Deu no jornal Itaqui-Bacanga
Delegados da Polícia Civil maranhense, que estão em greve há mais de 80 dias, vem realizando diversas manifestações em meio à paralisação deflagrada pela categoria. Na última quinta-feira, foi realizado um ato público em frente à Secretaria de Segurança, na Vila Palmeira. Em seguida, os delegados foram ao Centro de Convenções, no Calhau.
Na mesma tarde, em assembléia realizada na sede da Associação de Delegados de Polícia Civil (ADEPOL), os delegados que possuem cargos comissionados ameaçaram entregar seus cargos, caso o governo do Estado não apresente uma proposta favorável à categoria.
Os grevistas resolveram tomar várias atitudes a fim de chamar a atenção do Estado para negociar a pauta de suas reivindicações. O presidente da Adelpol, delegado Marconi Chaves Lima, disse que a categoria está convencida, devido ao desgaste pelo tempo que dura a greve, de que o secretário estadual de Segurança, Aluísio Mendes, não tem condições de administrar os 351 delegados do Maranhão, tanto que pediram o afastamento do secretário do cargo.
Protesto – Os delegados com cargos comissionadas ameaçaram pedir demissão devido à insatisfação que estão sentindo em relação ao posicionamento do secretário de Segurança. A categoria decidiu fazer mobilizações diárias com visitas a várias organizações dos poderes Judiciário, Executivo e Legislativo.
Além de aprovar uma carta para a população maranhense, no intuito de informar a realidade do movimento grevista, destacando que Aluísio Mendes nunca formalizou proposta para a categoria, durante a assembléia ficou também decidido que os delegados do interior do Estado não vão mais responder por municípios nos quais não têm portaria para trabalhar.
Indignação
Com discursos inflamados na porta da SSP, diversos delegados repudiaram a forma como o secretário Aluisio Mendes vem se posicionando diante da greve dos delegados. Marconi Lima disse que a ADEPOL retirou totalmente o apoio á gestão de Aluísio Mendes á frente da Segurança.
Ainda fazendo referência a Aluísio, Marconi também criticou o fato de a governadora Roseana Sarney ter escolhido um agente de polícia para comandar os delegados e todo o sistema de segurança do Maranhão. “Este homem não tem preparo para comandar a segurança em nosso estado. Este é o único estado brasileiro onde a hierarquia não é respeitada, ou seja, um agente de policia é que comanda os delegados. Nós estamos indignados com o desrespeito deste secretário para com o trabalho dos delegados da polícia civil do Maranhão”, disparou Lima.
Por sua vez, o delegado Jeferson Portela disse que não se pode aceitar calado o desrespeito do atual secretário de Segurança. “Ele não está nem aí para os nossos direitos como delegados, enquanto isso, o Maranhão sucumbe a índices alarmantes de insegurança, a exemplo disso, o recorde de homicídios na capital nos últimos meses”, ressaltou.
Greve é legítima
O presidente da ADEPOL delegado Marconi Lima ainda desmentiu as informações postadas na em um blog, de que a greve teria motivações políticas e estaria atendendo interesses do ex-secretario de segurança Raimundo Cutrim. Segundo Marconi, esta seria uma informação maldosa que faz parte de uma série de tentativas de enfraquecer o movimento grevista.
“Nós não estamos a serviço de quem quer que seja, a ADEPOL não advoga a volta de ninguém para o cargo de secretário, mas com certeza pede a saída de Aluísio Mendes, por conta de sua inoperância e falta de interesse em negociar com os delegados apresentando pelo menos uma proposta que seja plausível com as reivindicações da categoria. Esta greve está sendo adiada a muito tempo, e no ano passado, nós não fizemos exatamente para não dar uma conotação política ao movimento, já que 2010 tivemos eleições para governador e deputados”, garantiu Marconi.
O presidente da ADEPOL informou ainda que nesta quarta-feira será realizada uma coletiva de imprensa onde será divulgada uma carta à população contendo esclarecimentos sobre a greve e a falta de interesse do governo em negociar com a categoria.
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