“Decisão foi tardia, mas marcante”, diz Othelino sobre cassação de Cunha
O deputado estadual Othelino Neto (PCdoB) repercutiu, na sessão desta terça-feira (13), a histórica votação que cassou o mandato do ex-presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB). Segundo ele, apesar de marcante, a decisão foi tardia, pois passaram-se 314 dias para que os parlamentares concluíssem o processo mais longo de cassação do país
“Nós ficávamos, todos os brasileiros, todos os cidadãos de bem, constrangidos com a Câmara, tanto tempo presidida por um sujeito desqualificado, como o agora ex-deputado Eduardo Cunha, que envergonhou o parlamento brasileiro, a classe política e fez com que piorasse o conceito geral dos políticos no país”, disse o deputado do PCdoB.
Segundo Othelino Neto, Eduardo Cunha se comportou tão mal como agente público que conseguiu contaminar não só a sua própria imagem, mas também estender a descrença à política de forma geral. “Hoje, nós percebemos, observando as campanhas eleitorais neste período de campanha, como a imagem de forma geral e, claro, há honrosas exceções, muitas das quais aqui neste plenário, mas como os políticos ficaram com a imagem abalada após tantos escândalos, mas certamente o deputado, agora cassado, deu uma colaboração grande para essa crise na política de forma geral”, comentou.
Othelino disse que, além de envergonhar o país, Eduardo Cunha coordenou um complô na Câmara dos Deputados para afastar a presidente da República, Dilma Rousseff (PT), que, com seus problemas e uma série de dificuldades que o país enfrenta, foi eleita pelo povo, o único que poderia tirá-la do governo.
“O Eduardo Cunha virou uma espécie de assombração e serviu ao esquema daqueles que queriam fazer chegar à Presidência da República quem não foi votado para tal função e, assim que cumpriu aquela missão, foi abandonado por praticamente todos aqueles que, até o cumprimento da missão de comandar a votação do impeachment, estavam lá do lado dele como se fossem diletos amigos”, criticou o deputado.
Pressão popular
Segundo Othelino, depois do movimento do Congresso Nacional, classificado como um golpe, com cara de legalidade, agora a Câmara dos Deputados foi obrigada, pela pressão popular, a cassar o mandato de Eduardo Cunha. “Bem feito para ele, que pensava que tinha uma série de amigos ao seu lado, que estariam com ele depois que cumpriu a missão de liderar a abertura do processo de impeachment contra a presidente da República”, comentou.
Othelino disse que os ex-aliados deixaram Eduardo Cunha sozinho, assim como fizeram com a ex-presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula. Para o deputado, aqueles que se locupletaram e que cresceram na política e formaram impérios, a partir do governo do PT, os que andavam agarrados como se fossem donos deles, foram os primeiros a jogar os pés e a pular do barco quando este ameaçou afundar. “Mas são lições que a política vai deixando e a que fica para o Brasil, em particular, para o PT, é a de saber escolher suas companhias, porque o partido, literalmente, criou o monstro que o engoliu”, analisou.
Othelino disse também que, a partir de agora, o PT precisa começar a repensar as suas alianças para que coisas como essas não voltem a acontecer, para que depois, no futuro, não perceba que ter inflado demais e ter feito curvas, excessivamente, à direita de nada serviram, a não ser fortalecer a velha política que agora lhe impôs um retrocesso com consequências, como a que se vê no Brasil hoje. Ele citou como exemplo, retrocesso de conquistas trabalhistas, asseguradas há anos e a duras penas.
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