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Cunhado de Roseana ganha cargo no Ministério do Meio Ambiente

Roseana Sarney

O governo do presidente interino Michel Temer acomodou hoje o advogado Samir Jorge Murad em um cargo de direção no Serviço Florestal Brasileiro (SFB).

Irmão de Jorge Murad, que vem a ser marido da ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney (PMDB), e do ex-secretário de Saúde, Ricardo Murad, Samir foi nomeado em um despacho do ministro Eliseu Padilha no Diário Oficial da União para ser um dos quatro diretores do Conselho Diretor da autarquia responsável por gerenciar as florestas públicas do país.

O Serviço Florestal Brasileiro é, naturalmente, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, ocupado pelo irmão de Roseana, Sarney Filho (PV), que pode ser o próximo a cair no governo Michel Temer (PMDB). Ele recebeu R$ 400 mil como “vantagens ilícitas em doações oficiais” no ano de 2010. O acordo de delação premiada de Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, relacionou o filho do ex-senador José Sarney como beneficiário de propina, segundo uma planilha com valores e datas produzida por Machado e entregue à PGR.

Samir Murad ganhará cerca de 28.000 reais por mês.

(Com informações de Vera Magalhães, da Veja, e João Pedroso de Campos, de São Paulo)

Mais: Em 2013, o Conselho Federal da OAB, julgando o processo 49.0000.2013.006756-5, confirmou o indeferimento do registro da candidatura de Samir Murad a uma das vagas destinadas à advocacia, pelo quinto constitucional, no Tribunal de Justiça do Maranhão. Segundo a decisão da época, por força dos princípios contidos na Constituição Federal (art. 37), principalmente os da moralidade e da impessoalidade, o cunhado da governadora Roseana Sarney não podia ser nomeado para uma das vagas de desembargador do Tribunal de Justiça do Maranhão destinadas ao Quinto Constitucional. O relator entendeu que a Constituição Federal impede que laços de parentesco interferissem na escolha.

SARNEY

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O ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado disse em delação premiada que o ex-senador José Sarney (PMDB) recebeu propina de contratos da Transpetro durante nove anos, no valor total de R$ 18,5 milhões. Desse montante, R$ 16 milhões foram recebidos em espécie. O dinheiro está inserido na propina total repassada pela Transpetro ao PMDB, que somou mais de R$ 100 milhões ao longo dos anos.

Em artigo publicado no domingo no jornal O Estado do Maranhão, de propriedade da sua família, Sarney confirmou que Machado era seu amigo, de almoçar, lanchar e jantar em sua casa, porém silenciou sobre o montante de propina recebida.

Sem explicar a acusação de que Machado teria lhe repassado quase R$ 19 milhões em propina, José Sarney tergiversou e saiu-se com uma declaração estapafúrdia, subestimando a inteligência do povo brasileiro: “Ele [Machado] chorava a injustiça de que estaria sendo alvo, lançava iscas, comentários longos que me induziam, procurando ser solidário, a dizer as frases que queriam ouvir e que desejavam que fossem ouvidas“, disse Sarney.

Ora, como alguém pode dizer que recebeu milhões em propina somente pelo fato de um amigo querer ouvir isso? Como assim? Nenhuma autoridade da Justiça, por mais inocente que seja, aceitará uma explicação tão desconexa.

Machado e Sarney eram amigos de mais de 20 anos. O primeiro chamava o segundo de pai e sempre costumava levar chocolate para dona Marly Sarney, mulher do oligarca.

Nas gravações escondidas feitas pelo ex-presidente da Transpetro durante esses encontros, José Sarney aparentou preocupação e quis saber se uma ajuda que ele próprio recebeu de Machado é do conhecimento de mais alguém.

Sarney pergunta: Mas alguém sabe que você me ajudou?

Machado responde: Não, sabe não. Ninguém sabe, presidente.

Agora todo mundo já sabe que ajuda foi essa. Sérgio Machado pagou, segundo ele, cerca de R$ 19 milhões desviados da Transpetro para Sarney.

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