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CPI recebe apenas oito assinaturas; 34 deputados são suspeitos de propinagem

Em post publicado ontem (reveja aqui), afirmamos que era necessário a Assembleia Legislativa do Maranhão apurar com rigor a denúncia de que um deputado estadual maranhense recebeu R$ 1,5 milhão de empresários da construção civil para apresentar um projeto flexibilizando a derrubada de babaçu, com a finalidade de permitir a construção de condomínios e prédios na cidade.

Este parlamentar, segundo informações, teria arrecadado um milhão e meio entre os empresários com o compromisso de que daria R$ 50 mil a cada colega no sentido de “convencer” os mesmos a votarem a favor do projeto, que posteriormente foi aprovado na Casa.

Depois da cobrança, o deputado Bira do Pindaré propôs na manhã desta quarta-feira (7) a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o caso.

Incomodado de seu nome, junto com os outros 41 deputados, estar sob suspeição de ter se corrompido para aprovar tal projeto, Bira quer uma apuração aprofundada sobre o suposto pagamento de propina.

“Nós não podemos ficar sem responder à sociedade em relação a este caso. A questão é muito mais séria, porque além dos deputados, envolve também empresários. Se tudo isso for verdade, nós estamos diante de uma conduta tipificada no Código Penal Brasileiro de ‘corrupção’. É crime! E nós não podemos aceitar passivamente a pecha de criminosos”, protestou Bira em discurso proferido na tribuna da Assembleia.

Um escândalo sem precedentes na história da Casa e que coloca em cheque a moral e a integridade dos deputados maranhenses.

Entretanto, causou espanto o número de deputados que assinaram a CPI. Somente oito. São eles: Bira do Pindaré, Eliziane Gama, Rubens Júnior, Carlinhos Amorim, Tatá Milhomem, Luciano Leitoa, Neto Evangelista e Gardênia Castelo.

Os outros 33 deputados, entre eles César Pires, Raimundo Cutrim, Alexandre Almeida, Cleide Coutinho, André Fufuca, Edilázio Junior, Edivaldo Holanda, Marcos Caldas, Valéria Macedo, Vianey Bringel, se recusaram a assinar a CPI da Propina. O que dar a entender, até que se prove o contrário, que podem ter se vendidos para aprovarem tal projeto.

O pedido de CPI será entregue à Mesa Diretora da Assembleia assim que as 14 assinaturas necessárias para a instalação sejam conseguidas.

Nesse caso, vale duas máximas já conhecidas do leitor: “quem não deve, não teme” e “quem cala, consente”. Estes 34 deputados ainda tem tempo para mudarem de idéia e assinarem a CPI. Os eleitores, a sociedade de modo geral, merecem uma explicação. Vamos aguardar.

Atualizado às 17h10 para acréscimo de informações

Nota1: O deputado Zé Carlos ligou para o titular do blog afirmando que defende uma apuração exemplar do caso e que colocará, na segunda-feira, sua assinatura a disposição tanto de uma CPI quanto de uma comissão para investigar a denúncia de propinagem.

Nota 2: O deputado Raimundo Cutrim, em conversa telefônica também com o titular do blog, disse que defende nesse primeiro momento que a Corregedoria da Assembléia Legislativa apure as denúncias. Caso não tenha efeito, aí sim, na sua avaliação, acha que é necessária uma CPI.

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